Raras vezes vi Hitchcock apresenta. Na adolescência, lembro-me de ter visto Psycho e Os Pássaros e terei assistido a excertos de um ou outro filme que iam passando na televisão. Na realidade, não era grande apreciadora de filmes de suspense e terror. Só muito mais tarde, influenciada pelo meu marido, comecei a apreciar o género.
Em 2001, em Paris, visitámos a exposição Hitchcock et l'art, onde conviviam quadros de Dali e objetos usados nalguns filmes do mestre do suspense. Gostei, mas não como deveria ter gostado. Na altura, conhecia mal o homem e os filmes. Daí que estar em frente à arca de A Corda e à peruca da mãe de Norman Bates não me tenha arrebatado como aconteceria neste momento. No entanto, essa visita despertou em mim o interesse pelo realizador e fiquei com vontade de saber mais sobre ele.
Em 2001, em Paris, visitámos a exposição Hitchcock et l'art, onde conviviam quadros de Dali e objetos usados nalguns filmes do mestre do suspense. Gostei, mas não como deveria ter gostado. Na altura, conhecia mal o homem e os filmes. Daí que estar em frente à arca de A Corda e à peruca da mãe de Norman Bates não me tenha arrebatado como aconteceria neste momento. No entanto, essa visita despertou em mim o interesse pelo realizador e fiquei com vontade de saber mais sobre ele.
Nesse ano, mudámo-nos para a Povoação, em S. Miguel, onde trabalhámos durante um ano. Muitos dos nossos serões foram passados a ver quase todos os filmes do mestre, documentários e making ofs. Nunca esquecerei o dia em que a nossa falecida Maria Albertina (uma cadela simpática que nos acompanhou até há três anos) se assustou com a música da cena do chuveiro de Psycho, começando a uivar lancinantemente.
Recentemente, vi Hitchcock, um filme biográfico, centrado no período de filmagens de Psycho, e focado na relação entre o realizador e a mulher, Alma. As expectativas eram altas. Senti que ia matar saudades. Para além disso, o filme é protagonizado por dois dos meus atores preferidos: Anthony Hopkins, no papel de Hitch, e Helen Mirren, que interpreta Alma. No princípio, e talvez por culpa de tantas horas passadas a ouvir o verdadeiro Hitch, não consegui apreciar o Hitch do filme. Apesar de reconhecer o belíssimo trabalho de Anthony Hopkins, nunca consegui esquecer o rosto do verdadeiro. Talvez porque esta seja das figuras mais singulares de todos os tempos, quase impossível de imitar. Ao longo do filme, fui-me libertando e consegui gostar, apesar de não tanto como estava à espera, confesso. Recordei o homem exigente e caprichoso, de trato não muito fácil. O homem de humor e gostos refinados, que gostava de chocolates caros e comia foie gras à colher, às escondidas. O homem obcecado pelas suas atrizes platinadas, que gostava de controlar.
Acho que este filme, mais do que sobre Hitchcock, é sobre Alma, o génio oculto por detrás do rosto que todos conhecem. Parece ser uma forma de reconhecer o mérito daquela que era muito mais do que o "braço direito", o apoio, mas sim o cérebro de muitos dos sucessos que chegaram aos nossos dias.
Quanto a nós, quer-me parecer que está na hora de recordarmos alguns dos nossos filmes de eleição. E quem sabe um ou outro dos documentários que nos acompanharam há dez anos.
É definitivamente um ser ímpar. Ainda não vi mas estou curiosa.
ResponderEliminarAhah, até me ri com a cena da cadela :)
Beijinhos e boa semana!
A minha Maria Albertina era uma cadela muito especial. Nós ficámos estupefactos quando a ouvimos a reagir à música daquela forma. É mesmo uma música poderosa.
EliminarBeijinhos e uma boa semana para ti também.
Ainda não vi, mas sou grande fã do Hitchcock, há muito anos, desde que era adolescente e comecei a ver os filmes dele. Era um génio no seu género e acho que nunca se faz hoje em dia um filme de suspense sem haver uma referência, mesmo que subtil, a Hitchcock. Desta semana não passa, tenho que ir ver o filme!
ResponderEliminarGostei muito do trabalho dos atores. Quanto ao filme, estava à espera de mais, sinceramente. Talvez tivesse espectativas demasiado altas, não sei. Mas vale a pena ver. E fãs, como nós, não podem deixar passar esta oportunidade de matar saudades do mestre :)
EliminarEsse filme Psico é dos que mais gosto!
ResponderEliminarBjoka
Rita
Participa no meu passatempo:
http://bembons.blogspot.pt/2013/02/passatempo-bembons-sanimaia.html
Olá, Ana Rita. Também é dos meus filmes de eleição. Arrepiante aquele ambiente e aquela música.
EliminarObrigada pelo convite para o passatempo, no entanto, ando cheia de trabalho e não tenho participado em passatempos ultimamente. Como não tenho tempo para todos, optei por não participar em nenhum. Espero que compreendas.
Beijinhos