domingo, 23 de setembro de 2018

Outono. As "meninas-para-a-escola". E duas receitas com fruta da época.

Começa hoje o outono. Mas os sinais há muito que o anunciam, apesar das temperaturas elevadas, que convidam a banhos de mar. O meu sinal preferido da estação que hoje recebemos vem em tons de rosa. Está por todo o lado, nesta ilha. A adornar estradas, muros, jardins e jarras. Sempre gostei desta flor. Pela beleza inegável e pela simbologia que traz. As-meninas-para-a-escola estão por todo lado, nesta altura. E este blogue não é exceção. Todos os anos as homenageio, ainda que isso signifique repetir-me. Hoje, recordei este post, de há quatro anos. A Rita e a Micas já não estão connosco. Nenhum dos cinco gatos que temos hoje existia na altura. Também não há abóboras em pilhas. Por muito que me custe, não tem mesmo havido tempo para a horta. Talvez um dia. A vida tem fases. E nesta, não tem havido tanto espaço para a minha faceta de camponesa. Haverá um dia, espero. Por agora, vou aproveitando outras coisas. Uma caminhada matinal para dizer adeus à velha estação. Sempre a fotografar as flores cor-de-rosa. Impossível resistir. Uma caminhada daquelas que inspiram, que dão vontade de fazer coisas. E os tons que despertam o desejo de outono. E das coisas que lhe estão associadas. Conservas, por exemplo. 
Uma tarde a fazer conservas é daquelas tarefas que me fazem bem, depois de uma semana de trabalho. Descascar fruta, vê-la a borbulhar, esterilizar frasquinhos e, por fim, enchê-los com a mistura doce e viscosa é o melhor calmante que posso tomar. Um presente generoso de pêssegos dos Biscoitos, aquele lugar onde a fruta cresce doce e saborosa, transformou-se em pêssegos em calda e compota. Tão gratificante o momento em que fechamos os frascos e os voltamos ao contrário para criarem vácuo. Uma sensação de dever cumprido e a despensa apetrechada para as estações frias. 


Pêssegos em calda


1 kg de pêssegos bem firmes
1 litro de água
600 g de açúcar amarelo
5 cravinhos

Levar ao lume água numa panela grande. Quando estiver a ferver, juntar os pêssegos. Deixar ferver 1 minuto. Coar a água e reservar 250 ml. 
Cortar os pêssegos ao meio, retirar-lhes o caroço e descascá-los (reservar as cascas e os caroços de 6 pêssegos).
Colocar as metades de pêssego num frasco esterilizado e preparar a calda: levar ao lume 250 ml de água, as cascas e os caroços reservados e os cravinhos. Deixar ferver 5 a 10 minutos, até obter uma calda com alguma consistência/ viscosidade. Coar a calda, vertê-la sobre os pêssegos, tapar o frasco e deixar arrefecer. Guardar no frigorífico. 


Doce de pêssego

1 kg de pêssegos
500 g de açúcar amarelo
1 pau de canela
noz moscada a gosto

Descascar e descaroçar os pêssegos e reduzi-los a puré. Colocar o puré num tacho, juntamente com o açúcar e as especiarias. Deixar cozinhar, mexendo de vez em quando, até atingir ponto de estrada (o doce está no ponto quando, ao colocarmos um pouco num prato e passarmos uma colher, conseguirmos ver o fundo, formando uma espécie de estrada).


Boa semana!

1 comentário:

  1. Adoro essas flores, tenho-as no jardim. Onde vivo chamam-se 'as meninas vão à escola' :)
    Também adoro o outono e aproveito para fazer tudo o que posso em conserva. Já fiz pêssegos e peras em calda e estreei-me também a fazer figos em calda. Parecem bem, a ver como sabem :)

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O Acre e Doce é um blogue que celebra a vida de casa, principalmente os momentos passados à volta da mesa. É um blogue de coisas que nos fazem felizes, sejam uma refeição, um filme, um livro ou um ramo de flores frescas.