Outono em Braunschweig

Para mim, não há estação como o outono. Aquelas cores mornas têm uma doçura muito especial. Gosto do sol suave do princípio e do fim do dia, das temperaturas pouco agrestes e das folhas que caem das árvores e atapetam o chão. Para além da paisagem, outono significa recolhimento, regresso a casa, à toca. Depois do verão e dos jantares alfresco, apetece fechar portas e passar serões à lareira, cobertos por mantas fofas. 

Durante a viagem a Braunschweig, dei por mim a pensar que visitei a cidade na altura certa. Nunca vi um outono tão lindo, com uma paleta tão variada. Ruas cobertas de folhas verdes, douradas, amarelas, ocre, castanhas, púrpura. Ruas multicolores, atravessadas por pessoas e bicicletas mais ou menos apressadas, dependendo da hora. Alunos a estacionar as bicicletas à porta da escola. E senhoras idosas, que faziam o mesmo, à entrada dos supermercados. Encantava-me, no fim de um dia de trabalho, ver os meus colegas alemães saltarem para a bicicleta, arrumarem os livros no cestinho, e pedalarem para casa. Formas de viver tão diferentes, aqui tão perto.
Braunschweig é uma cidade pequena (para os padrões alemães) cheia de cores e de História. Foi um privilégio visitá-la pela mão da minha anfitriã, a Steffi, uma professora de História que nos falou das origens, das histórias e das lendas desta cidade antiga, que tem como símbolo o leão. 

As temperaturas baixas, que convidaram a gorros, luvas e lenços de lã, não impediram longos passeios pela cidade e pelos parques. Apesar de a viagem ter sido de trabalho, houve tempo para um bocadinho de lazer. E para registar fragmentos deste outono tão especial.