sábado, 1 de fevereiro de 2014

Inversão


Havia muito quem os chamasse assim. Invertidos. Pessoas ao contrário. Já não é tão comum dizer que alguém é invertido porque é homossexual. As pessoas estão mais educadinhas nos tempos que correm. Pensam, mas não dizem. E fica bem dizer que se é pela igualdade. Mesmo que não se seja. Ou mesmo que só se seja a fingir.
Esta introdução surgiu a propósito de um vídeo que vi ontem, que retrata, mesmo que de forma um bocadinho exagerada (ou não), o que sofre quem é diferente. Ver o que sofre uma menina que vive numa sociedade ao contrário dói. E choca ver a crueldade contra alguém que só quer ser feliz. Porque dói tanto? Porque aquela menina é normal, gosta de um menino. E porque nos pomos no lugar dela. É mais fácil a empatia. Difícil, mesmo, é criar empatia com quem é diferente de nós. Mas aprende-se. Espero que aos poucos cheguemos lá. 

Fica o vídeo. 


E um artigo da Anabela Mota Ribeiro, sobre famílias diferentes e felizes: http://www.publico.pt/portugal/noticia/todas-as-familias-felizes-sao-iguais-esta-e-igual-a-sua-maneira-1620861

Já agora, uma imagem do bolo. A receita está mesmo aqui ao lado, no Receitas ao Desafio.



10 comentários:

  1. Espero que um dia seja assim, que não se olhe às diferenças.
    Eu desde pequena que brincava com crianças com deficiência na cerci e para mim, tudo era normal, nunca me apercebia das "diferenças". A educação também nos influencia claro.
    Adoro bolos de laranja, que bom para estes dias de chuva.
    Um beijinho.

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    1. Também espero, Inês. Ainda temos um longo caminho a percorrer. Mas espero que um dia consigamos conviver todos e respeitar o outro, com todas as suas diferenças. Cada um de nós tem de fazer a sua parte. E sim, a educação influencia muito. Procuro fazer a minha parte. Como mãe e como professora.
      Um beijo,
      Ilídia

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  2. Mas que apetitoso ficou esse bolo, tão lindo!

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  3. Acabei agora de ver o vídeo que põe o mundo ao contrário. Curioso, o exercício da inversão, para usar o teu título. Há uns anos, havia um programa qualquer que tinha um momento de "vox populi". E então, a pergunta era: "o que é que fazia, se o seu/a sua filho/a fosse heterossexual?" Como imaginas, as respostas foram todas no sentido de ter entendido "homossexual". Tirando as partes gagas, deu-me sempre que pensar. Incrível, como as pessoas estão formatadas. Tanto, que até trocam os conceitos/palavras. Um dos meus receios, nesta questão do referendo a haver. Senti uma revolta enorme, no dia daquela votação na Assembleia. O que está em causa é tão sério. E transforma-se em matéria referendável. Direitos civis. trata-se disso. O resto chama-se intimidade/privacidade/opção sexual/ o que for. Não deve ser sujeito a referendo de nenhuma espécie.

    Obrigada por partilhares o vídeo e escreveres sobre o assunto. O mundo fica menos ao contrário, assim.

    Um beijo.

    Mar

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    1. O difícil mesmo é pormo-nos no lugar do outro. E é isso que este vídeo faz. E bem, na minha opinião. Tenho muito medo deste referendo. E revolta-me. Estão a brincar com a vida das pessoas. E quem vai votar, na grande maioria, não faz ideia do que se passa com aquelas famílias. E custa-me (repugna-me) pensar que é o homofóbico que bate na mulher e nos filhos que vai decidir as vidas de muitas famílias de bem.
      Ultimamente, tenho visto muitas famílias "normais" que são tudo menos "normais". E são elas que vão votar. Coisas que não são "votáveis". Tenho feito o que posso. De todas as formas que estão ao meu alcance. E empolgo-me. E acabo por falar demais. Mas se conseguir convencer alguém já fico feliz.

      Um beijo,

      Ilídia

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  4. Tão perturbador Ilídia, e a malta com tanta dificuldade em entender! Mas sabes, acredito que se caminhe para algo naturalmente aceite, por cada dia termos mais amigos a sair do armário. Graças a Deus! :) E Deus não castiga, não senhor!
    Bolos invertidos é coisa para resultar sempre, digo eu, que gosto de bolos com fruta e parece-me sempre uma opção que faz a fruta brilhar, mesmo que de forma invertida!
    Um abraço de boa semana e obrigada pelo "murro no estômago", para que não nos esqueçamos destas lições.
    Guida

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    1. Muita dificuldade, Guida. Demasiada dificuldade para o século XXI. Custa-me tanto quando vejo pessoas esclarecidinhas cheias de preconceitos. A falarem na "felicidade das crianças", nos "modelos de pais". Depois de todos os dias ver pais heterossexuais que não deveriam ser pais, ainda defendo mais o direito à diferença. E acredito (com muita convicção) que as crianças precisam de amor. Quer venha de um pai e uma mãe, de dois pais ou de duas mães. Amor. Carinho. Ponto.

      Um beijo,

      Ilídia

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  5. Adoro o seu blog.Estava a pensar colocar um post sobre ele no meu. Espero que não se importe!

    thecotton-sky.blogspot.pt

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    1. Muito obrigada. Claro que não me importo :) Pelo contrário, é uma honra.

      Beijinhos

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