segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Negação. E uma receita de aproveitamentos.

Não sou daquelas pessoas que deprimem depois das férias. Ou que entristecem ao regressar de uma viagem. Não me custa despedir do verão. É certo que acabam os dias longos, os jantares no jardim e os dias de férias sem preocupações. Mas gosto de regressar ao trabalho, depois de um mês longe das rotinas de todos os dias. E gosto muito daquela luz morna e suave de setembro e outubro. E das flores. E das aulas. No fundo, acho que consigo apreciar o melhor de cada estação e não sinto saudades da que fica para trás.  
A única exceção é esta altura. Custa-me mesmo dizer adeus ao Natal. Não há época doce e brilhante como esta. Por isso, à euforia de decorar a casa, de preparar os jantares de festa e de todas as tradições natalícias sucede-se sempre alguma tristeza. Custa-me desfazer a árvore e arrumar luzes, bolas e demais enfeites em caixas. Custa-me despedir do brilho e da magia da época e enfrentar um janeiro longo e baço. Por isso, meus amigos, ando em negação. Ando a olhar para a árvore e a apetecer-me armar-me em excêntrica e deixá-la montada até à Pascoa. Ainda bem que o homem cá de casa é mais pragmático e lá para quarta-feira há de dizer-me que Natal, só daqui a 11 meses.

Para a despedida, mais imagens deste Natal. 








Deixo ainda uma receita de aproveitamentos de peru recheado. Se no dia 25 de dezembro até sabe bem comê-lo aquecido, depois disso, fica a envelhecer no frigorífico, à espera de acabar no lixo. Numa das minhas incursões pelo pinterest, vi esta imagem e, inspirada nela, engendrei este jantar bem simples, com os restos do peru do nosso Natal. Não apresento quantidades, pois foi tudo feito a olho. 

Fica a "receita": 
Untar um tabuleiro de muffins (fiz apenas 6 unidades) com azeite ou spray de cozinha. Em cada forminha, colocar uma porção de recheio e moldá-lo, de modo a que cubra toda a superfície. No fundo, colocar uma pequena porção de grelos ou espinafres congelados e temperá-los com um pouco de sal, pimenta e noz moscada. Sobre estes, um pouco de peru desfiado. No fim, abrir um ovo, temperá-lo com sal e pimenta preta e levar ao forno a 180 graus, até a clara cozer.

Polvilhei com salsa e servi com repolho salteado.






8 comentários:

  1. Já somos duas! É mesmo deprimente essa coisa de desfazer presépio, desmontar árvore, arrumar decorações. Repentinamente a casa fica vazia! Adoro o Natal, é mesmo a minha época do ano favorita! Quanto ao prato, nada se desperdiça, tudo se transforma! Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Foi hoje o dia. Está tudo arrumado. Custa sempre. O meu filho ajudou-me, tristonho como a mãe. Mas faz parte. Não há como evitar.
      O prato é uma ideia simples, que resultou. O recheio perde a piada a seguir ao Natal. Foi uma forma de o tornar mais atraente :)

      Beijinhos,

      Ilídia

      Eliminar
  2. Também já começo a pensar no vazio da casa. O meu irmão pediu para manter a árvore mais um tempinho mas não me parece que os "patronos" cá de casa vão na onda. Em relação à receita, uma óptima sugestão para gastar os restos do natal.

    Gulosoqb

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O que vale é que nos habituamos logo. E há de haver mais para o ano, se Deus quiser :)

      Um beijinho,

      Ilídia

      Eliminar
  3. Querida Ilídia,
    Identifico-me muito com essa questão de não ter dificuldade de regressar das férias. Mas confesso que os dias longos de verão me são muito queridos, mesmo quando estou a trabalhar. Aliás, mais ainda nessa altura. No final do dia parece ainda haver tempo para muitas coisas acontecerem. E não me custa despedir do Natal e das decorações, talvez por ter sempre dois presépios na casa, o ano inteiro.
    Em relação à receita, tudo o que meta ovos como protagonista é a minha praia. De resto, acho que naquelas listas tipo «o que tens de ter sempre na despensa», os ovos aparecem lá, com as cebolas e o azeite ;)
    Um ano bom para ti e para os teus. Temos de falar um destes dias.
    Abraço,
    Guida

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também gosto dos dias longos de verão, claro. Mas gosto tanto do outono que, sinceramente, não me custa despedir do verão.
      O Natal é mesmo a minha festa. E dói-me dizer-lhe adeus. Foi hoje. Durante a semana, não tive tempo. Esta manhã, guardámos tudo.
      Também adoro ovos. Todos nós, cá em casa. O Manel tem um ritual muito próprio ao comer ovos estrelados: come a clara primeiro e guarda a gema para o fim. Mete-a toda na boca e delicia-se, de olhos fechados. Acho que nunca vi ninguém ter tanto prazer ao comer um ovo :)

      Um abraço para ti também. Temos de falar, sim :)

      Ilídia

      Eliminar
  4. Não fiques triste:) Umas coisas dão lugar a outras. Mas essa tua nostalgia do Natal é bonita. É como se cuidasses da criança que vive no teu coração. E esse é um traço bem precioso.

    Um ano muito, muito bonito. Que o meu desejo de bons inícios atravesse o mar todo.

    Um beijo.

    Mar

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Já não estou. Já me passou :) Mas esta manhã, confesso que fiquei um bocadinho triste enquanto guardava tudo nas caixas. Tens razão nisso da criança que vive em mim. Tento mantê-la um bocadinho. O Manel ajuda :) E o Natal também. Espero que nunca se vá embora.

      Desejo-te o mesmo, querida. Que o vosso 2016 seja muito feliz.

      Um beijo,

      Ilídia

      Eliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Acerca de mim

A minha foto
O Acre e Doce é um blogue que celebra a vida de casa, principalmente os momentos passados à volta da mesa. É um blogue de coisas que nos fazem felizes, sejam uma refeição, um filme, um livro ou um ramo de flores frescas.