Parece que o tempo de inverno me convida a arrumar. Andava há tempos a olhar para a estante dos livros e revistas de cozinha. E a pensar que estava na hora de lhes pôr a mão. Um destes dias, aconteceu. O Manel em casa de um amigo e o pai a corrigir testes deixaram-me a sós comigo, para me dedicar às minhas coisas. Casa arrumada e outras tarefas chatas concluídas, dirigi-me à estante. Os primeiros segundos intimidam sempre. Não saber por onde começar. Mas, passada a primeira barreira, o resto é fácil. Não é rápido, pois mexer em livros e revistas obriga sempre a pausas para recordar. Começo a ver livros de que já nem me lembrava. E vou-os folheando, enquanto os limpo.
Com as revistas, o encantamento é semelhante. Recordo receitas que costumava fazer e que, entretanto, foram esquecidas. Vejo outras que, na altura não me despertaram especial interesse, muitas vezes porque desconhecia os ingredientes, e agora me apetece experimentar. Algumas são imediatamente separadas, com receitas que assinalo e que pretendo fazer nos próximos tempos. Foi o caso deste rolo de carne, de uma Teleculinária de 19 de novembro de 1990, que custou 60$00 (adoro estes pormenores). Uma receita rústica, pouco requintada e muito de mãe. Vou ver se não me volto a esquecer dela :)
Rolo de carne em papel de alumínio
Ingredientes para 4 pessoas:
600 g de carne de vaca picada
2 ovos
1 colher de sopa de farinha de trigo
1 cálice de vinho do Porto
sal, pimenta, noz moscada e molho inglês a gosto
100 g de fiambre, cortado fino
50 g de manteiga (substituí por 4 colheres de sopa de azeite)
1 cebola
1 tomate
salsa picada a gosto
150 g de queijo fatiado
papel de alumínio
Preparação:
Descascar e picar a cebola; limpar o tomate de peles e pevides e picá-los de igual modo. Num tachinho, levar ao lume o azeite com a cebola e, quando começar a alourar, juntar o tomate e a salsa picada. Deixar ferver um pouco, temperar com sal e retirar do lume.
Numa tigela, misturar a carne com os ovos, a farinha e o vinho do Porto, temperar com sal, pimenta, noz moscada e molho inglês e amassar até ficar tudo bem ligado. Sobre a mesa, estender um pano, polvilhá-lo com farinha e espalhar o preparado, formando um retângulo. Colocar por cima o queijo e, sobre este, o fiambre e, com a ajuda do pano, enrolar.
Untar com manteiga o papel de alumínio, colocar nele o rolo de carne, espalhar por cima deste o refogado e embrulhá-lo no papel, deixando-o ligeiramente folgado, mas bem fechado. Levar ao lume a 220 graus, cerca de 25 minutos. Servir, desembrulhando-o só na mesa. Acompanhar com legumes.
Parece-me ser uma óptima sugestão, nunca fiz rolo de carne por achar que fica muito seco mas este ficou bem suculento :)
ResponderEliminarGulosoqb
Olá, Carla.
EliminarEste não seca, pois o papel de alumínio conserva os sucos da carne. Experimente :)
Será que ainda vou a tempo d levar um pratinho?
ResponderEliminarBeijinhos,
http://sudelicia.blogspot.pt/
Sempre a tempo de um pratinho virtual ;)
EliminarBeijinho,
Ilídia
Faço uma receita semelhante - é excelente!
ResponderEliminarTambém gosto muito :)
EliminarEsses momentos fazem tão bem. Pelo óbvio. Mas pelo interior. Como se tivesses a ilusão de emendar um bocadinho o mundo próximo. Gosto de dar a volta à casa no Verão, antes ou depois dos dias em Lagos. E no final do ano. Faz-me bem. E à minha casa também.
ResponderEliminarE sabes, não tenho uma única Teleculinária:( Felizmente, a minha mãe conservou algumas das antigas, marcadas por mim e pelo tempo.
Ando a pensar em fazer rolo de carne há imenso tempo. O Vasco demove-me sempre. A minha teoria é que ele teve uma má experiência com esta comida:) Seja como for, fico com a ideia nesta receita antiquada, como dizes.
Um beijo.
Mar
Olá, Mar.
EliminarNo verão não me dá muito para andar a mexer em livros e revistas. Apetece-me mais andar por fora, a mexer na terra :) Associo estas atividades ao frio, quando me apetece fechar-me em casa.
Tenho uma coleção considerável destas revistas. A minha mãe deu-me as dela. E, de vez em quando, gosto de as folhear, pois encontro sempre ideias interessantes. Como este rolo de carne, que agora recuperei. Experimenta. Vais ver que o Vasco gosta ;)
Um beijo grande para ti,
Ilídia