Sempre recordei a minha professora primária com carinho. Guardava na memória uma mulher jovem, que nos tratava com afeto. Lembrava-me especialmente do seu sorriso franco e da sua boa disposição. E de não termos medo. A professora Fernanda foi minha professora nos últimos dois anos da primária. E com ela íamos ao quadro e não tínhamos medo, algo a que não estávamos habituados. Gostava dos alunos e nós gostávamos dela. Habituados à rigidez da professora anterior, soube-nos bem o tratamento afetuoso. Lembro-me de certa vez me ter convidado para almoçar. Nunca tinha estado numa casa de madeira. Pensava até que só existiam na história d'Os três porquinhos. Ainda hoje recordo o momento em que entrei naquela casa acolhedora, tão diferente de todas as que conhecia. E de sentir uma mistura de orgulho e timidez por ter ido a casa da senhora professora. Senti-me privilegiada.
Durante trinta anos, não ouvi falar da professora Fernanda. Nem sabia se estava na ilha. Mas, de tempos a tempos, lembrava-me da minha professora primária. Da minha professora de sorriso aberto, que nos ensinou que a escola podia ser um lugar bom.
Durante trinta anos, não ouvi falar da professora Fernanda. Nem sabia se estava na ilha. Mas, de tempos a tempos, lembrava-me da minha professora primária. Da minha professora de sorriso aberto, que nos ensinou que a escola podia ser um lugar bom.
Foi a casa de madeira que permitiu o nosso reencontro, depois destes anos todos. Durante um jantar, quando eu falava da minha professora primária, Fernanda, que tinha uma casa de madeira, a minha amiga Susana e o marido associaram-na à mãe da amiga de infância deste. Que era professora. Que se chamava Fernanda. E que tinha uma casa de madeira. Depois de alguns contactos, ainda à distância, ontem foi o dia do reencontro. Recebi a professora Fernanda, a Susana e as gémeas para lanchar. Uma tarde animada, à volta da mesa, onde se recordaram momentos e histórias com mais de trinta anos. E, passado todo este tempo, foi bom verificar que a professora Fernanda é a mesma pessoa simpática e cativante que eu guardava na memória.
Madalenas
(Receita adaptada desta)
Ingredientes para cerca de 28:
2 ovos
1 chávena almoçadeira de açúcar
4 colheres (de sopa) de iogurte natural (ou grego)
1 chávena almoçadeira de farinha de trigo
1 colher (de chá) de fermento para bolos
½ colher (de café) de extrato de baunilha
110 g de manteiga
Açúcar confeiteiro para polvilhar
Amoras/ framboesas/ morangos (opcional)
Pré-aquecer o forno a 180 graus.
Bater vigorosamente os ovos com o açúcar. Adicionar o iogurte, a farinha, o fermento, a baunilha e a manteiga derretida. Continuar a bater.
Untar com manteiga ou spray de cozinha e enfarinhar as formas de madalenas (mesmo as de silicone deverão ser preparadas deste modo, caso contrário, as madalenas ficarão agarradas). Com uma colher, distribuir a massa pelas formas, de modo a que estas não fiquem completamente cheias. É neste momento que podem ser enriquecidas com os frutos vermelhos.
Levar ao forno cerca de 12 minutos ou até estarem douradas.
Deixar arrefecer um pouco e desenformar. Polvilhar com açúcar confeiteiro.
Deixar arrefecer um pouco e desenformar. Polvilhar com açúcar confeiteiro.
Scones
(Receita adaptada desta)
Ingredientes:
250 g de farinha com fermento
1 colher de chá de fermento para bolos
40 g de manteiga amolecida
25 g de açúcar
1 ovo grande
cerca de 100 ml de leite
Preparação:
Aquecer o forno a 220 graus.
Forrar um tabuleiro com papel vegetal.
Numa tigela grande, misturar a farinha com o fermento. Juntar a manteiga e misturar, com os dedos, até obter uma mistura granulosa. Juntar o açúcar.
Numa tigela à parte, bater o ovo. Juntar leite, até perfazer 100 ml. Reservar 1 colher de sopa desta mistura e juntar a restante à farinha. Amassar, com as mãos, até obter uma massa homogénea.
Sobre uma superfície enfarinhada, rolar a massa, deixando-a com 2 cm de espessura. Com uma forma de bolachas redonda, com cerca de 4 cm de diâmetro, cortar os scones e colocá-los no tabuleiro. Pincelá-los com a mistura de leite e ovo e levá-los ao forno até dourarem (8 a 10 minutos).
Servi-los com compotas a gosto.
Que mesa linda para um chá/reencontro com alguém quebte é tão querido! Ainda bem que há recordaçoes dessas! Também eu as tenho e guardo com carinho! Beijinhos
ResponderEliminarObrigada :) Foi um momento importante para mim. Ao fim destes anos todos, se guardo momentos tão bons da minha escola primária, devo-os, em grande parte, à professora Fernanda.
EliminarUm beijinho,
Ilídia
É óptimo quando nos reencontramos com pessoas do passado que por alguma razão nos marcaram para sempre. E agora fizeste-me lembrar da minha professora da primária :)
ResponderEliminarGulosoqb
Estes encontros são arriscados. Nem sempre a pessoa "real" corresponde à que guardámos na memória. Mas não me desiludi :)
EliminarIlídia
Que belo lanche!!!
ResponderEliminarBeijinhos,
http://sudelicia.blogspot.pt/
Obrigada :)
EliminarBeijinho,
Ilídia
Que memórias tão boas Ilídia, e que bom esse reencontro.
ResponderEliminarNão poderia imaginar mesa melhor para acolher e receber uma senhora tão especial.
Perfeitos os scones e as madalenas.
Lembro-me que no último dia de aulas da primária, chorei, porque tive imensa pena de deixar aquela professora que tanto gostava e admirava, por vezes ainda a encontro e ela lembra-se sempre de mim!
As pessoas que de alguma forma nos formam, nos ajudam a sermos quem somos, têm sempre um espaço no nosso coração.
Um beijinho.
Queria uma mesa suave e doce, a combinar com a memória que tinha da minha professora. Por isso escolhi branco e verde, as minhas cores zen ;)
EliminarO fim do 4.º ano é violento para os alunos, mas também para as professoras. Vejo isso na minha escola, no fim de cada ano letivo. Quatro anos é muito tempo, principalmente quando se tem entre 6 e 10 anos.
Bonitas, as tuas palavras a respeito dos professores. Obrigada :)
Um beijinho,
Ilídia
A minha professora da primária também se chama Fernanda. Era um bocadinho severa. E quase nunca sorria. Mas não era má, nem nada. Era assim. Há uns anos, encontrei-a no Café Central de Vouzela e fui cumprimentá-la. Falámos um bocadinho e depois fez um sorriso, enquanto procurava qualquer coisa na carteira. Era uma composição minha, muito bem dobrada. Escrevi aquilo na 2ª classe, quando nasceu a minha irmã mais nova. Eu não me lembrava daquilo. Ela sim. Foi comovente para as duas, esse momento.
ResponderEliminarTão comovente como esse teu lanche, tantos anos depois. As pessoas ficam-nos, mesmo que as vidas e todas as suas coordenadas aleatórias sigam caminhos diversos.
E nunca fiz madalenas. Vou seguir a tua receita:)
Um beijo.
Mar
Que história, Mar! Deve ter sido um momento mesmo comovente! Devia ser mesmo especial, o teu texto!
EliminarFoi muito bom, o meu lanche. Falámos de tantas coisas, de antigos colegas, de antigos professores, de episódios caricatos. Fiquei de alma cheia.
Faz madalenas. É daquelas receitas bonitas e fáceis, de que gostamos muito :)
Um beijo,
Ilídia
Que memória maravilhosa! E que linda mesa para um reencontro feliz!
ResponderEliminarObrigada, Ana. Foi mesmo um encontro feliz :)
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