Este chutney foi feito de esperas. Primeiro, pelo livro. E o meu lado impaciente acentua-se quando encomendo livros. Nos dias que se seguem, sou a criança que espera pelo Pai Natal. Depois, a espera no correio. A seguir, enquanto me dirijo ao carro, com o pacote debaixo do braço, o autodomínio, que briga com a impaciência. Às vezes, resisto e só o abro em casa. Outras (quase sempre), mal me sento no carro, a chave é a ferramenta que me ajuda a desvendar o mistério. E como sabe bem abrir uma encomenda com livros novos. O cheiro do papel. A textura lustrosa das páginas. Neste, o colorido dos chutneys, das compotas, das geleias, dos pickles... Em casa, começo a marcar as receitas. Chutney de tomate verde foi a primeira. Reuni as ervas e os restantes ingredientes. Escolhi o tacho e a colher de pau. Fervi os frascos. Enchi-os. E esperei mais um mês. Só então o provei.
Ingredientes:1,800 kg de tomate verde, cortado em pedaços grandes
450 g de maçãs, descascadas e cortadas em pedaços
450 g de cebolas, picadas
2 dentes de alhos grandes, esmagados
1 colher de sopa de sal
3 colheres de sopa de pickling spice (uma mistura de diversas especiarias: sementes de coentros, sementes de mostarda, pimenta preta em grão, canela, pedacinhos de louro, piri-piri e pimenta da Jamaica)
600 ml de vinagre de cidra
450 g de açúcar (usei amarelo)
Numa panela grande, coloque os tomates, as maçãs, as cebolas, os alhos e o sal.
Ate as especiarias num pedaço de tecido e junte aos ingredientes que estão na panela.
Junte metade do vinagre e deixe ferver. Reduza a temperatura e deixe cozinhar em lume brando durante uma hora, ou até que o chutney tenha reduzido de volume e tenha um aspeto pegajoso. Mexa frequentemente.
Numa panela, misture o restante vinagre e o açúcar e aqueça até que o açúcar esteja dissolvido. Acrescente esta mistura ao chutney. Deixe cozinhar, em lume brando, durante mais uma hora e meia, até que o chutney esteja pastoso, mexendo de vez em quando.
Retire a "boneca" de especiarias e verta o chutney para frascos esterilizados. Vire-os ao contrário para formar vácuo.
Guarde-os durante um mês antes de os consumir.
Fonte: The complete book of preserves & pickles, de Catherine Atkinson e Maggie Mayhew
Sugestões de utilização: acompanhamento de carnes; com queijos fortes, como entrada, etc.
A foto abaixo mostra um hamburguer diferente, no qual este chutney teve um papel de destaque: primeiro, barrei a parte de baixo do pão com o pesto de rúcula que a minha amiga Ivone me trouxe de França; depois, coloquei a carne; sobre esta, cebola caramelizada e uma colher generosa de chutney; finalmente, a alface e "tampa" de pão.
Já fiquei a babar qd vi o título do post no facebook, mas agora, quase consigo sentir o sabor.
ResponderEliminarTenho mesmo que fazer.
Beijinho.
Ficou muito bom, Vera. Bastante diferente e com um sabor delicioso a especiarias. Já só tenho um restinho no fundo de um frasco.
EliminarBeijinho
Olá Ilídia!
ResponderEliminarQue delicia de aromas e exotismo! De tomate verde nunca tinha experimentado. O livro de compotas e conservas que tenho(à 16 anos) de Elisabeth Lambert Ortiz, entre muitas só tem de tomate vermelho, muito idêntica nos ingredientes, só tem por acréscimo, sultanas, mas gosto mais do aspecto do de tomate verde.
É um gosto visita-la.
Beijinhos e boa semana.
Rosa, não conheço o livro de que fala. Mas adoro livros relacionados com conservas. Este ano, fiz poucas (estive preguiçosa, em agosto :)e agora tenho pena. As sultanas também não devem ficar nada mal nesta.
EliminarUm beijinho e muito obrigada pelo seu carinho. É um gosto recebê-la :)
Olá Ilídia!
ResponderEliminarQue delicia de aromas e exotismo! De tomate verde nunca tinha experimentado. O livro de compotas e conservas que tenho(à 16 anos) de Elisabeth Lambert Ortiz, entre muitas só tem de tomate vermelho, muito idêntica nos ingredientes, só tem por acréscimo, sultanas, mas gosto mais do aspecto do de tomate verde.
É um gosto visita-la.
Beijinhos e boa semana.
Agora sou eu que queria provar esse chutney e pelos vistos tenho de esperar pois não tenho os tomates verdes.Adorei esta receitinha e o hamburguer é de encher o olho.
ResponderEliminarBjoka
Rita
Ana Rita, de vez em quando gosto de brincar um bocadinho com os hamburgueres. Não têm de ser sempre os convencionais, pois não? Desta vez, o pão não é caseiro, mas continuo a fazer a tua receita de vez em quando.
EliminarBeijinho
O meu problema é precisamente a falta de paciência para esperar. Mas a verdade é que por vezes aquilo que 'demora' mais sabe muito melhor... e não há dúvida que a tua espera valeu bem a pena. Simplesmente lindo o teu chutney :)
ResponderEliminarEu também sou muito impaciente. Mas ando a tentar melhorar este meu defeito. E faço coisas assim de propósito, como que para provar a mim mesma de que sou capaz. Experimenta :)
EliminarBeijinhos
Não sou grande apreciadora, mas confesso que essa mistura com o queijo me seduz!
ResponderEliminarÉ uma entrada rápida e saborosa. Já experimentei com roquefort. Ficou muito bom.
EliminarGostei da proposta. Muito interessante.
ResponderEliminarBejinhos
Obrigada, Ricardo.
EliminarBeijinho
Oi Llidia nunca provei chutney, mas tenho muita vontade.Sua receita ficou com uma cara ótima, me deu vontade.Beijos querida e tudo de bom.
ResponderEliminarExperimente, Léia. Está sempre a tempo. E é tão fácil.
EliminarBeijinhos e tudo de bom para si também :)
Que engraçado, sou semelhante nesse aspecto. Quando faço uma encomenda de um livro novo fico sempre ansiosa, qual criança em espera pelo presente de natal.
ResponderEliminarE não resisto a rasgar a embalagem de cartão, e a cheirar, adoro o cheiro dos livros novos. De ver e me espantar com receitas novas, marcar entusiasmada qual será a primeira a ser feita! É tão bom :)
Eu adoro chutney. Fiz um esta semana, já ando mais cozinheira...mais animada :)
Este teu está fabuloso nesse hamburger gourmet.
Um beijinho.
Mais uma coisa em comum, então ;) Fico contente por te ter voltado a motivação. Sabes o que faço quando estou com pouca? Folheio livros de culinária e vejo um ou outro programa de culinária na TV (dos bons :). É remédio santo.
EliminarBeijos
Mesmo a propósito, tenho uns tomates verdes, e andava a pensar o que poderia fazer com eles, e aqui está, acabaste de me fazer uma proposta tentadora. Aproveito contudo para uma pergunta: pode-se comprar aqui na ilha Terceira pickling spice?
ResponderEliminarConfesso que não sou muito de hamburguers, mas esta tem cá um aspecto que me deixa cheia de apetite :)ai a minha dieta...
Não sei se haverá pickling spice nas lojas gourmet. Este foi-me oferecido por uma amiga e sei que ela o comprou no e-bay. Se não tiveres a mistura, podes fazê-la tu.
EliminarEm relação ao hamburguer, também não como hamburgueres com muita frequência. Este foi feito em agosto. Neste momento, estão proibidos :)
Beijinhos,
Ilídia
Que aspeto apetitoso tem o chutney e a hamburger. Cheguei agora da escola, vim aqui ver se havia novidades e deparo-me com o contraste do chutney no queijo e uma hamburger com pesto de rúcula(diferente, este pesto). Entretanto, o telefone tocou. Eras tu.
ResponderEliminarBeijos e boa semana.
Este pesto é diferente e muito bom. Até eu, que não gosto de rúcula ao natural, gostei. Achei que faria um contraste interessante com o chutney e não me enganei.
EliminarBeijinho
Que delicioso hamburguer!
ResponderEliminarAinda bem que o pesto conjungou com o hamburguer. Fico contente.
Beijinhos
Conjugou muito bem. Era muito bom, este pesto. Muito obrigada:)
EliminarP.S.: Para a semana, começo a explorar o meu livro de receitas novo ;)
Beijos
Ilídia,
ResponderEliminarTive que sorrir com a sua história da aquisição de livros...
Parecia estar a rever-me em si !
Eu pareço uma "tolinh" quando encomendo, por mim chegariam no minuto seguinte com um estalar de dedos e fico, também, de dia para dia com uma crescente ansiedade.
E nunca espero para abrir em casa, mas nunca, até morreria com essa espera ! (eh eh eh)
O seu chutney tem uma cor fantástica e combina lindamente com o hamburguer.
Por acaso nunca fiz, mas estou tentada, deixou-me de orelhas no ar para esta receita.
Faz um acompanhamento perfeito de facto !
Obrigada por esta deliciosa sugestão.
Beijinho grande
Pois eu já consegui resistir e só abrir em casa. Mas é muito raro :) Este foi aberto no carro.
EliminarEm relação ao chutney, aconselho. Foi dos melhores que já fiz.
Um beijo
Olá amiga :) Vim aqui espreitar as novidades, pois bateu-me a saudade da tua presença ): Estou muito bem acompanhada, mas sabes como é! E deparei-me com o tal chutney que me tinhas falado... parece delicioso. O pior é que os meus tomates já muitos amadureceram e já não tenho mais. Fica a sugestão para o ano porque adorei a consistencia e fiquei com muita curiosidade em provar. Sabes que gosto destes sabores, agridoces ;).
ResponderEliminarÉ bom estar contigo nem que seja só virtualmente :)
Beijos grandes
Olá, Susana. Sei, sei como é. Estou a gostar muito da nova escola, mas tenho saudades de entrar na biblioteca e encontrar-te lá. Estou a começar a separar os livros, segundo a nossa adorada CDU. E lembrei-me de ti e da tua ajuda preciosa :)
EliminarTemos que combinar um encontro presencial:)
Beijos, com saudades.
Uma ode às muitas possibilidades de tomate verde, este chutney. Esteve na nossa conversa, no Verão. Ficou lindo, o resultado da espera. Vale a pena esperar pelas coisas que hão-de fazer-nos bem.
ResponderEliminarUm beijo para ti.
Mar
Pois esteve :) Este e o de pêssego da Babette:) Foi, realmente, uma espera que valeu a pena.
EliminarUm beijo
P.S: Espero que os teus dias já estejam mais calmos.
O tal chutney do tal livro. Falámos sim! Já provei o meu e ficou delicioso! Este não me vai escapar no próximo ano!!!
ResponderEliminarBabette
Acredito que sim. Também fiquei cheia de vontade de provar o teu. Mesmo antes de o ver no blogue, quando me mostraste a receita. Para o ano...
EliminarBeijos