terça-feira, 15 de novembro de 2011

What's for dinner?


A década de 50 fascina-me. Gosto de ver os filmes e as publicidades da época, com as donas de casa, de saias rodadas e aventais impecavelmente engomados, a receber os maridos, que dizem, num tom de voz melodioso, Honey, I'm home. A comida que os espera é quase sempre um assado, um empadão ou um "meatloaf". Comida feita no forno. Talvez por isso associe este tipo de pratos a aconchego, a lar, a famílias felizes. Gosto de fazer uma "comida de forno", de vez em quando, e fingir que sou uma senhora loura platinada, com uma saia rodada e um avental muito bem engomado. Uma dona de casa que espera ansiosamente que o marido chegue do trabalho e que as crianças regressem da escola, num autocarro amarelo. Talvez por a minha realidade ser tão diferente da dessas donas de casa, ache tanta graça à existência que elas levavam. 
Apresento-vos o meu prato feito no forno, embora confecionado com a tecnologia do século XXI. Quanto ao gosto de presentear a minha família com um bom jantar, creio que não difiro assim tanto de uma dona de casa de meados do século passado. A diferença essencial é que, findo o jantar, o meu marido não vai para a sala ler o jornal. Vai arrumar a cozinha. Pensando bem, ainda bem que os tempos mudaram.

Gratinado de pescada com camarão
1 kg de filetes de pescada
500 g de camarão
1 kg de batatas, cortadas em cubinhos
1 cebola grande
3 dentes de alho
1 ramo de salsa
azeite q.b.
sal e pimenta q.b.
Molho béchamel (fiz esta receita)
queijo ralado

Cozi a pescada e o camarão (juntinhos, para poupar :). Mal a água começou a ferver, desliguei o fogão. Descasquei o camarão e desfiz os filetes, com um garfo. Reservei.
Fritei as batatas na Actifry. Reservei.
Cortei uma cebola em rodelas e esmaguei os alhos. Refoguei-os no azeite. Juntei a pescada e o camarão e deixei cozinhar alguns minutos. Temperei com sal e pimenta.
Fiz o molho béchamel. Reservei.
Num pirex, coloquei a mistura de peixe e camarão e sobre esta, o molho béchamel. Envolvi. Polvilhei com o queijo ralado e levei ao forno, a gratinar. Acompanhei com espinafres salteados. E um copo de tinto :)

16 comentários:

  1. Gostei da parte final do post :) também eu gosto desse tempo que nunca vi. Para mim só faltam as cortinas da cozinha a combinar com o pano que está por debaixo da travessa eheheh

    ResponderEliminar
  2. Também acho uma certa piada ao imaginário dos anos 50. Mais por questões estéticas do que por outra coisa. Pelas objecções todas. A mais importante: as mulheres estavam em casa por serem sustentadas pelos maridos. Não podiam escolher ou ter voto na matéria numa série de aspectos bem práticos. E então, o tal imaginário fica um bocadinho quebrado. Curioso, que acabei há pouco de lhe responder a um email, em que falava um pouco destas coisas. Estamos sempre a encontrar traços que unem:)
    A fotografia está linda, de dar fome:) E um gratinado é assim mesmo: irresistível.

    Um beijo.

    Mar

    ResponderEliminar
  3. Ai que delicia! :)
    Adoro gratinados, são maravilhosos, de comer e chorar por mais! ^^

    ResponderEliminar
  4. Este post mais parece umas frames cinematográficas.
    Identifico-me tanto com o que escreveu, incluindo a parte do marido a arrumar a cozinha ;)
    Abraço!

    ResponderEliminar
  5. Adorei a sugestão. Uma delicia de gratinado ... e em muito boa companhia :)
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  6. Uma sugestão mesmo boa para estes dias de chuva e frio!

    ResponderEliminar
  7. Ilídia, pratos de forno também têm esse significado para mim :D
    Os tempos mudaram e ainda bem, mas confesso que gosto dessa imagem de familia feliz e tranquila que essas donas de casa transmitiam... hoje em dia em vez da saia rodada, usamos fatos de treino mas nem por isso somos menos felizes não é?

    ResponderEliminar
  8. Tempos diferentes os que hoje vivemos Ilidia...para o bom e para o mau.
    Aqui em casa, e sendo uma familia numerosa, só assim as coisas podiam funcionar, mal acaba o jantar tenho os meus 5 homens (sim sou a unica mulher em casa hehehe) a ajudar e é um gosto vê-los todos a levantar a mesa, o pai a meter a loiça na máquina e a lavar os tachos enquanto eu descanso um pouco no meu sofá com o meu Jimmy (o meu gatinho).
    A tua sugestão devia estar uma delicia e nada melhor do que uma comidinha assim tão reconfortante

    beijinhos e tem um BOM DIA!!

    ResponderEliminar
  9. Para mim, não há nada como a comidinha feita no forno e este teu gratinado parece-me muito bem!
    Quanto à música do Sérgio, também gosto!
    Bjs.
    Maria

    ResponderEliminar
  10. E ainda bem que mudaram. Se todos comem, todos ajudam de uma maneira ou de outra.
    Gostei do início do post. As roupas da época eram muito interessantes, sobretudo os tecidos que a malta arranjava. Mas pronto, rendo-me à versão actualizada da vida: hoje.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  11. Gostei muito da parte do copo de vinho, foi subtíl, e da receita também :) parebéns

    ResponderEliminar
  12. Idília e como eu partilho da mesma opinião, velhos tempos esses adoro saias rodadas as xadrez e florezinhas... :)
    O gratinado ficou excelente com um aspecto reconfortante como toda a comidinha de forno.

    Beijinho

    P.S. Gostei muito dos dois acompanhamentos :)

    ResponderEliminar
  13. Bom dia Ilídia!!!

    Uma sugestão deliciosa apresentada numa linda fotografia...

    Kiss

    ResponderEliminar
  14. Exacto, ainda bem que os tempos mudaram e não são só as donas-de-casa a arrumar tudo e a fazer a lida da casa! Mas há realmente uma magia que envolve essa época e as saias rodadas e aventais impecáveis. E um assado no forno é realmente sinónimo de aconchego e conforto. Gostei da sugestão.
    Um beijinho.

    ResponderEliminar
  15. e as batatas? misturam-se no pirex?

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Acerca de mim

A minha foto
O Acre e Doce é um blogue que celebra a vida de casa, principalmente os momentos passados à volta da mesa. É um blogue de coisas que nos fazem felizes, sejam uma refeição, um filme, um livro ou um ramo de flores frescas.