Inspiração brasileira

Quando comecei a ir a restaurantes brasileiros, pedia sempre que me passassem bem a picanha. Os empregados olhavam para mim como se lhes pedisse para fritar arroz doce ou algo parecido. Alguns diziam-me, naquele tom bem disposto, típico de quase todos os brasileiros que já conheci: "Tá estragando a carne, moça." A minha resposta era sempre a mesma: "Não gosto de ver sangue." Com o tempo, fui-me apercebendo de que, realmente, a picanha bem passada é um desperdício. Mais vale não comer. Se não se gosta de carne, come-se outra coisa qualquer. Mas picanha, tem que ser mal passada. Continuo a não gostar de ver o prato cheio de sangue, como muitos apreciadores, mas já como a carne vermelhinha e se verter um bocadinho de sangue não me incomodo. 

Ontem, tive uma amiga a jantar cá em casa. Comemos no jardim, como tem sido habitual desde que o verão se instalou. E fizemos picanha com acompanhamentos inspirados nos das churrasqueiras brasileiras: farofa de couve, banana frita e abacaxi. Faltou o feijão preto, pois esqueci-me de comprar :( As couves, mais uma vez,  foram da nossa horta, que eu colhi cheia de orgulho. As bananas foram fritas na Actifry, com pouquíssimo óleo. Foi a primeira experiência e, sinceramente, notei pouca diferença das bananas fritas segundo o método convencional. E são bem mais saudáveis.

Leitores(as) brasileiros(as), aceito dicas, sugestões e críticas. 

Picanha grelhada
No talho, pedi que cortassem a picanha muito fina.
Coloquei-a na grelha, temperei com flor de sal e deixei grelhar, um a dois minutos de cada lado (tem que se ter muito cuidado, pois se se grelhar demais, a carne fica dura). Na grelha, coloquei também abacaxi em pedaços.

Farofa de couve
Cortei a couve em juliana e escaldei-a em água a ferver. Numa frigideira funda, coloquei uma cebola picada, dois dentes de alho, também picados e bacon aos cubinhos. Deixei refogar, apenas com a gordura do bacon, mexendo frequentemente. Juntei a couve, bem escorrida e deixei cozinhar um pouco. Temperei com sal e pimenta. Aos poucos, fui juntando farinha de mandioca, até a farofa estar com a consistência desejada.

Banana frita
Cortei cada banana em 3 partes (se forem muito pequenas, podem ficar inteiras). Molhei-as em ovo batido e, depois, em pão ralado. Coloquei-as na Actifry (sem a pá, e com um papel de alumínio a tapar a abertura), reguei-as com um pouco de óleo (cerca de meia Acti-colher) e programei 15 minutos. A meio do tempo, virei-as, para que cozesse uniformemente.