Lembro-me que, quando estava na Primária, a professora nos pediu para, em conjunto com os nossos pais, escrevermos uma quadra subordinada à temática da poupança. Não sei a que propósito. Pensando bem, acho que sei. Estávamos nos anos 80. E o FMI andava por cá, como agora. Ainda me lembro da quadra que eu e o meu pai escrevemos:
Quem não poupa não tem
Eu digo e asseguro
Que o que temos que fazer
É poupar para o futuro
É simples, não tem grandes preocupações métricas ou rimáticas, mas recordo com ternura a quadra que eu e o meu pai fizemos, há quase 30 anos atrás.
Lembrei-me dela a propósito deste salmão e do meu hábito de, na cozinha, do pouco fazer muito. Restou uma posta do salmão de ontem e dela consegui fazer um almoço para três pessoas. Obrigada, pai e professora Fernanda, pelos sábios ensinamentos.
Tagliatelle integral com salmão
Ingredientes para a massa:
100 g de farinha de trigo T35 100 g de farinha de trigo integral
100 g de farinha de trigo T35 100 g de farinha de trigo integral
2 ovos grandes
Ingredientes para o molho:
1 posta de salmão grande
1 cebola
2 dentes de alho
azeite q.b.
natas de soja q.b.
sal e pimenta q.b.
salsa picada q.b.
Preparação da massa:
Coloquei todos os ingredientes na Bimby e programei 2 minutos, na velocidade espiga. Moldei uma bola, embrulhei-a em película aderente e deixei repousar 15 minutos, à temperatura ambiente.
Coloquei os rolos da massa na posição mais larga. Dividi a massa ao meio e formei duas bolas. Polvilhei com farinha e espalmei cada uma delas com as mãos. Passei a massa pelos rolos da máquina. Coloquei a tira de massa sobre a mesa e dobrei-a ao meio. Passei de novo a massa dobrada pelos rolos da máquina. Coloquei os rolos nos números seguintes e passei a massa pela máquina, até obter a espessura desejada. No fim, passei a massa pelas lâminas do tagliatelle e deixei secar (coloquei a massa sobre a banca, polvilhada com bastante farinha, para não pegar).
Preparação do molho:
Fiz um refogado com a cebola, cortada em rodelas, o alho, picadinho, e azeite. Quando a cebola ficou transparente, juntei o salmão e deixei apurar um pouco. Acrescentei as natas, temperei com sal e pimenta e deixei cozinhar alguns minutos (dois ou três).
Servi a massa, coberta com o molho e polvilhada com salsa picada. Simples, não?
Simples e aparentemente delicioso. Hoje estive quase a fazer um post como este... Os meus bifes de frango de ontem também já vão a caminho de render para a terceira refeição. É no poupar que está o ganho! Beijinhos
ResponderEliminarÉ preciso saber aproveitar e fazer esticar o que temos disponiel, e esta tua receita mostra isso mesmo.
ResponderEliminarE com uma quadra tão bonita, não há como não poupar
Um beijinho
Ilídia,
ResponderEliminarE com esses sábios conselhos, fizes-te uma rica refeição : ) Por sinal muito do meu agrado... Esta com um ótimo aspecto.
Beijinhos
Todos temos que nos mentalizar que devemos, em prol dos recursos mundiais e da gestão da economia doméstica, poupar e utilizar a imaginação para reinventarmos. Foi o que fizeste. E com muita sofisticação.
ResponderEliminarUm beijinho.
Patrícia
A mim as refeições recicladas sabem-me muito bem e fazem-me sentir orgulhosa por não estar a estragar comida, principalmente em tempos tão difíceis como estes que estamos a passar.
ResponderEliminarBeijinhos
Um dos meus preceitos. Passado pela minha mãe. Uma mãe de quatro filhos. Que tinha que se reinventar todos os dias. Ao ritmo do nosso apetite. Dos nossos pedidos. E deste preceito elementar. Aprendi a não estragar. A não desperdiçar. E a encontrar maneiras de reinventar aquilo que não poderia constituir uma refeição por si. Testes à nossa criatividade. E à nossa sensatez, também.
ResponderEliminarUm post adequado. Ao contexto em que vivemos. Mas não só por isso. Porque é uma daquelas ideias que devem ser seguidas mesmo em tempo de abundância. Sempre boa, a sensatez. Sempre bom, não tomarmos o pão de cada dia como garantido. Cheio de nobreza, esse princípio.
Um bom fim-de-semana para si.
Mar