domingo, 3 de fevereiro de 2019

Duas versões de uma receita. E um romance de amor.

Acho que se ficar à espera da fotografia bonita para partilhar esta receita, isso nunca acontecerá. A fotografia bonita quer luz natural e este queijo é invariavelmente feito em jantares de inverno, em noites frias iluminadas pelo calor da meia-luz artificial. 
Ainda assim, mais pecaminoso do que publicar uma fotografia menos bonita seria não partilhar esta receita fácil, quase uma não-receita, que se faz num abrir e piscar de olhos, e que pode ter tantas variações quantas a nossa imaginação ditar. 
Comecei pela versão original, do livro Jantaradas com Amigos, do chef Kiko, com alho, azeite e alecrim. Entretanto, já experimentei outras combinações e parece-me que não fico por aqui. Acho que deve ficar belíssimo com frutos secos (nozes ou pistácios) e mel. Fica para a próxima. 
A primeira fotografia é da versão com alho e alecrim. A segunda é de um improviso com pimenta rosa. Ambas saborosas! 

Queijo assado no forno

Versão 1
1 queijo de Azeitão
1 embalagem de gressinos
1 dente de alho muito bem picado
alecrim a gosto
1 colher de sopa de azeite

Versão 2
1 queijo de Azeitão
1 embalagem de gressinos
1 dente de alho muito bem picado
orégãos frescos a gosto
1 colher de café de pimenta rosa
1 colher de sopa de azeite

Cortar a parte de cima do queijo e cobri-lo com todos os ingredientes. Levar ao forno a 150 graus durante 5 minutos. Servir com os gressinos e um copo de vinho tinto.




Por aqui, o dia está chuvoso. Perfeito para uma tarde dedicada à leitura. Ando a ler Resistencia, de Rosa Aneiros, que trouxe da Galiza. Uma história de amor passada em Portugal, na altura do Estado Novo. Sabe bem ler um romance de amor à antiga, daqueles amores impossíveis, que resistem a tudo. Já não se escrevem muitos. Que eu saiba, não há tradução em português. Ainda assim, o galego é tão próximo do português que não é muito difícil seguir a história, mesmo que, inevitavelmente, um ou outro sentido fiquem por decifrar. 

A todos os que por aqui passam, desejo um bom domingo e uma boa semana. De preferência com um livro por perto.




4 comentários:

  1. Ilídia, as fotografias parecem -me belíssimas, cumprindo o seu objetivo, pois o intimismo é traço dominante. Tão bom, esse queijinho derretido e mais fácil não é possível. Esses “tachinhos” miniatura são uma graça. Tenho um conjunto em forma de coração, em cerâmica, que me alegra o olhar.
    Esses são em porcelana ou em metal?

    O livro espevitou-me. Tenho entre mãos um de Margarete Atwood, inesperadamente entediaste. Acho que não o termino, o que ocorre pela primeira vez com esta autora. Chama-se “O coração é o último a morrer”. Desaconselho.

    O galego falado é muito próximo do português, mas escrito, não sei. Por acaso tenho lido bastante dos novos escritores castelhanos, com muito agrado, mas sempre em português.
    No próximo sábado tenciono ir a Vigo e vou procurar, esse que recomenda.
    Tenha um feliz fim de domingo .
    Adorei o seu comentário. Muito obrigada.
    Beijinhos

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  2. Querida Nina,

    obrigada pelas suas palavras. Fico feliz por gostar. Ainda assim, aqueles brilhos todos eram dispensáveis, mas as luzes da minha cozinha ficaram mesmo refletidas no queijo. Uma blogger que se levasse mais a sério não a publicaria. Mas o que vale é que cada vez me levo menos a sério. E isso é tão libertador :)

    Os tachinhos, tal como o seu coração, são em cerâmica. Muito fofos, realmente :)

    Nunca li nada de Margarete Atwood. Hei de procurar outro título que não esse que desaconselha - o que me recomenda para começar? (Também não me obrigo a concluir livros. Se não gosto, abandono. Já dizia Daniel Pennac que o leitor tem "o direito de não acabar um livro".)
    Quanto ao "Resistencia", acho que vai gostar. Comecei-o ontem e já vou na página 200. Acho que isso diz tudo. Procure-o, que creio que não se vai arrepender. Quem entende galego falado, entende o escrito. Há um ou outro termo mais distante do português, mas consegue-se ler perfeitamente.

    Uma boa semana.

    Beijinho,

    Ilídia

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  3. Ilídia, o último que li foi “Chamavam-lhe Grace”. Gostei muito. Acho que também vai gostar.
    Boa noite.
    Beijinhos

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O Acre e Doce é um blogue que celebra a vida de casa, principalmente os momentos passados à volta da mesa. É um blogue de coisas que nos fazem felizes, sejam uma refeição, um filme, um livro ou um ramo de flores frescas.