segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Outras rotinas. E o regresso à cozinha, com um bolo de Nutella.

Estive fora duas semanas. Dias muito diferentes dos meus, experiências muito diversas. Duas semanas de aprendizagem permanente, de desafios constantes, noutros lugares, com outras pessoas. Duas semanas a ouvir línguas estranhas, a falar uma língua que não era a minha. Duas semanas com rotinas diferentes daquela a que estou habituada. 
Primeiro, uma das cidades mais belas que já visitei. Durante uma semana, andei por Praga. Quase sempre a pé. A pé, visitei monumentos, fui a concertos, ao teatro, à padaria, à florista. A pé, deslocava-me do "meu" apartamento até ao instituto onde, durante uma semana, fui aluna. A pé, ia todos os dias almoçar a este lugar especial, onde se falava português, checo e inglês com sotaque irlandês. Improvável descobrir em Praga, por acaso, um restaurante cujo proprietário se chama João.















De Praga, uma viagem de comboio até à Alemanha. Sozinha, num comboio cheio de checos e alemães. Depois de uma breve paragem em Dresden, continuei, até Braunschweig, uma cidade que me é querida. Lá, esperavam-me outras pessoas, outras rotinas. Depois de uma semana a conviver com checos, italianos, um francês e um espanhol, passei a andar na companhia de alemães, romenas, gregas e duas espanholas, a única nacionalidade repetida.
Em Braunschweig, fiquei em casa do meu amigo Martin e da companheira, uma americana simpática da Carolina do Sul. Mais um projeto a começar, com parceiros antigos e um monte de gente nova. Dias de muito trabalho e muita diversão. Visitas à Alemanha profunda, a lugares de postal. Caminhadas entre montanhas, com direito a dicas do meu amigo Harald sobre como colher cogumelos em segurança. Desta vez, não cozinhámos juntos, mas tinha de haver conversas sobre comida e dicas de culinária. Na bagagem, trouxe cogumelos secos, colhidos por ele. Qualquer dia, é possível que apareça por aqui um prato com cogumelos alemães.
Também em termos gastronómicos, as duas últimas semanas foram atípicas. Se, fisicamente, atravessei parte da Europa, no que diz respeito a comida, dei quase a volta ao mundo.  Cozinha afegã, turca, indiana, italiana, checa e alemã. Sempre em restaurantes muito típicos, frequentados por locais, ou não fosse esta a melhor forma de percebemos a qualidade da comida de um lugar. Felizmente, os meus amigos alemães respeitam aqueles que escolheram o seu país para viver e valorizam aquilo que têm para lhes oferecer.





















Depois destes dias longe, sem as minhas rotinas, melhor dizendo, sem as minhas rotinas habituais, estou de volta. À minha casa, aos meus rapazes, aos meus gatos. Estou de volta à minha cozinha. Soube-me bem voltar a acender o forno para um bolo. Faz qualquer coisa com Nutella. O resultado foi este bolo, uma receita sem glúten da Nigella Lawson, do livro Prazeres Divinos.
Fica a seleção possível das fotos das viagens. E a receita do bolo. 
Uma boa semana.



Bolo de avelã


Ingredientes para o bolo:
6 ovos grandes, separados
1 pitada de sal
125 g de manteiga
400 g de Nutella (1 frasco grande)
1 colher de sopa de Frangelico, rum ou água (usei Frangelico)
100 g de avelãs moídas
100 g de chocolate negro, derretido

Ingredientes para a cobertura:
100 g de avelãs (descascadas)*
100 ml de natas para bater
1 colher de sopa de Frangelico, rum ou água (usei Frangelico)
100 g de chocolate negro

Numa tigela grande, bater as claras com o sal, até ficarem firmes, mas não secas. 
Noutro recipiente, bater a manteiga com a Nutella. Depois, envolver o Frangelico, as gemas e as avelãs moídas. Envolver o chocolate derretido, misturado com uma colher de natas batidas, no preparado. Juntar as claras batidas, envolvendo com cuidado, para não tirar o ar.
Levar ao forno, pré-aquecido a 180 graus, numa forma de fundo amovível de 23 cm, untada e polvilhada com farinha (costumo forrar o fundo com papel vegetal e depois untar e enfarinhar, para não correr riscos), cerca de 40 minutos. Deixar a arrefecer e preparar a cobertura.
Numa frigideira, tostar as avelãs, de modo a que os aromas se libertem e os frutos estejam castanho-dourados em algumas partes. Transferir para um prato e deixar arrefecer (Muito importante não colocar as avelãs quentes sobre a cobertura de chocolate, para que esta não fique oleosa!).
Numa caçarola de fundo grosso, aquecer, em lume brando, as natas, o licor e o chocolate picado. Quando o chocolate tiver derretido, retirar a caçarola do lume e deixar arrefecer.
Colocar a cobertura sobre o bolo e decorar com as avelãs tostadas, inteiras.

*Para descascar as avelãs, costumo levá-las ao forno e deixá-las tostar ligeiramente. Depois, coloco-as num pano e esfrego-as, para que a casca se solte.


8 comentários:

  1. Que lindas fotos🙂
    Também eu gosto muito de viajar 🛫 e do regresso a casa.
    Votos de uma boa semana
    Fatima 🌷

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    1. Olá, Fátima.
      Desta vez o regresso a casa soube especialmente bem. Foi muito tempo fora. Tinha saudades de tudo.

      Um beijinho,

      Ilídia

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  2. Que lindas fotos! <3
    Obrigada por partilhares.
    Fiquei com vontade de experimentar o bolo:)

    Beijinhos
    Filomena

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    Respostas
    1. Não tem de agradecer, Filomena. Lugares bonitos têm de ser partilhados :)
      Experimente o bolo. Muito bom!

      Beijinho,

      Ilídia

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  3. Obrigada por partilhar estas fotografias tão bonitas, que me deram vontade de ir a correr...!
    Um bom regresso!
    Carla

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    1. Olá, Carla.

      Praga é uma cidade que fica no coração. Espero voltar lá.
      Quanto a Braunschweig, já é um dos meus lugares. Já me começo a sentir um bocadinho em casa :)

      Um beijinho,

      Ilídia

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  4. Seu blog é tão lindo! Descobri há pouco tempo, e, desde então, venho sempre em busca de um novo post.
    Um beijinho brasileiro.

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    1. Muito obrigada, Daniela. Fico feliz por gostar. No entanto, tenho andado longe. Falta de tempo, outros projetos.

      Um beijinho para o Brasil,

      Ilídia

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