domingo, 21 de fevereiro de 2016

Uma receita de frango para dias felizes

Ser feliz tem muito de racional. Por mais paradoxal que a afirmação possa parecer, penso nela muitas vezes. Principalmente durante a semana e os dias intermináveis de trabalho. No fim de um dia cheio, feito de coisas nem sempre agradáveis, a felicidade tem de ser buscada. As pequenas coisas de todos os dias, as tais, que nos fazem felizes, facilmente se diluem no meio da névoa que se vai formando ao longo das horas. Nestes dias, é preciso saber o que deixar à porta e desfrutar do que é importante. E dar tempo às coisas aparentemente sem importância. As coisas sem importância têm mais importância do que pensamos. São elas que nos mantêm sãos, em equilíbrio. São elas que nos dão cor, que evitam que nos tornemos demasiado sérios, cinzentões. Depois de um dia longo, de trabalho, não é difícil chegar a casa e entregarmo-nos às tarefas rotineiras, mecanicamente, sem darmos conta do que estamos a perder. É aí que entra a razão. A razão que nos diz: Abre os olhos e aprecia! Aproveita o momento e tira partido do que tens! Se a ouvirmos, o dia fica mais fácil. Neste ponto, acho que nós, os que gostamos de cozinhar, temos a tarefa facilitada. 
No dia em que fiz este frango, a vontade era pô-lo num tabuleiro e enfiá-lo no forno, com um tempero triste, "de desenrasca". Mas não cedi. Fui à estante e peguei num dos livros recebidos no Natal. E diverti-me, enquanto fazia esta receita aromática e colorida. E, no fim, recebi elogios genuínos dos meus rapazes. E o dia ficou bem melhor.





Galinha com arroz selvagem
(Ligeiramente adaptado de Simply Nigella, de Nigella Lawson)





Ingredientes para 6 pessoas:
3 colheres de sopa de azeite
1 cebola, picada
2 dentes de alho, picados
1 colher de chá de açafrão das Índias
2 colheres de chá de sementes de coentros (omiti-as, pois o meu marido não as suporta)
2 colheres de chá de sementes de cominhos (usei cominhos em pó)
1 cuvete de pernas de frango e 1 de coxas
250 g de arroz selvagem
75 g de arandos secos
1 litro de caldo de galinha
sal e pimenta a gosto
um molho de coentros, picados (não usei)

Preparação:
Aquecer o forno a 180 graus. 
Levar ao lume uma panela de ferro, com tampa, que possa ir ao forno. Refogar a cebola no azeite, em lume brando, 5 a 10 minutos, mexendo de vez em quando. Acrescentar o alho e as especiarias. Aumentar a potência do fogão e juntar o frango, deixando cozinhar cerca de 3 minutos, até a carne estar selada.  Adicionar o arroz e mexer durante 1 minuto; depois, juntar os arandos e o caldo de galinha e deixar ferver. Colocar a tampa e levar ao forno durante 1 hora.
Retirar a panela do forno, verificar se o arroz está cozido (é natural que reste algum líquido), temperar com sal e pimenta e levar novamente ao forno, sem tampa, mais 15 minutos (o arroz não fica seco, mas com um aspeto malandrinho).
Se quiserem, podem misturar metade dos coentros no arroz e reservar a outra metade para polvilhar, no momento de servir. Considero que este ingrediente tornaria o prato ainda mais saboroso, mas há que agradar à família ;)

6 comentários:

  1. É tudo tão verdade! E são as pequenas coisas, por vezes insignificantes, que nos fazem felizes! Hoje tive o prazer de ter o marido a cozinhar comigo para o almoço, e no final sentarmos-nos à mesa, em família, saborear a refeição, sem pressas, e ainda ouvir um dos miudos dizer que o almoço foi um banquete é assim do melhor que há! Na verdade foi uma refeição simples e despretensiosa mas que nos fez dar valor às coisas simples da vida! Beijinhos

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    1. Sem dúvida! São estes prazeres simples que nos permitem arranjar forças para aguentar as adversidades do dia a dia. O meu marido detesta cozinhar. Mas contribui no fim, a arrumar a cozinha ;)

      Um beijo,

      Ilídia

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  2. Por aqui, omite-se os cominhos:) E cravinho, também. São os dois ingredientes proibidos amorosamente pelo Vasco.

    A comida pode ter consequências maravilhosas e fazer uma diferença enorme. A começar pela vida de todos os dias. Não é nos dias ditos especiais. É neste território que se joga a sério. No quotidiano que nos é tanto. E que às vezes custa e tudo o mais. Mas é bom pensar que há sempre este "detalhe", o da comida que nos faz bem.

    Um beijo. Boa semana.

    Mar


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    Respostas
    1. Pois por cá os cominhos e o cravinho são bastante apreciados. Ainda bem, pois são especiarias muito usadas na gastronomia das nossas ilhas :)
      A comida de todos os dias faz toda a diferença. Partilho contigo a certeza de que todos os dias são especiais. Hoje, vai haver frango no forno. Só pensar em chegar a casa e prepará-lo faz-me bem :)

      Um beijo para ti. E bom fim de semana.

      Ilídia

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O Acre e Doce é um blogue que celebra a vida de casa, principalmente os momentos passados à volta da mesa. É um blogue de coisas que nos fazem felizes, sejam uma refeição, um filme, um livro ou um ramo de flores frescas.