"O mundo inteiro é um palco". No Carnaval, a Terceira inteira é um palco. E cá a expressão não é metafórica, como no verso de Shakespeare. Durante quatro dias, todos os palcos da ilha se abrem para receber as dezenas de danças e bailinhos que por lá querem passar. A ilha veste-se de cetins e lantejoulas. Ouvem-se foguetes. As pessoas estão felizes. Esquecem as agruras da vida. Durante estes dias, só há lugar para a euforia e a diversão. Mesmo que se ouça a palavra "crise" (ouvir-se-á, sem dúvida), esta será proferida com o objetivo de fazer rir.
O nosso Carnaval é sinónimo de generosidade. De dádiva. Durante quatro dias, grupos de músicos e atores amadores percorrem a ilha, exibindo o resultado de um trabalho de meses. Uma espécie de teatro de variedades, com muita crítica social à mistura. Quase todas as freguesias têm o seu "bailinho" e todas têm pelo menos um salão de festas aberto, à espera de receber aqueles que por lá passarem. Durante quatro dias, assiste-se a uma espécie de teatro "non stop". Gratuitamente. A única coisa que os atores pedem em troca são aplausos, reconhecimento e, no fim da atuação, um copinho para aquecer. E deixam a promessa de voltar no ano seguinte.
Quer se aprecie ou não, uma coisa há que reconhecer: esta é uma forma bem mais genuína de celebrar o Carnaval do que assistir a um grupo de pessoas que, a tiritar, desfilam, em trajes reduzidos, a imitar os carnavais dos trópicos. Este é nosso e não é igual a mais nenhum.
Caso queiram conhecer um pouco melhor o Carnaval terceirense, deixo-vos uma reportagem sobre aquela que é considerada a maior manifestação de teatro popular da Europa.
E agora, uma receita bem terceirense: Filhoses do forno. Não há mesa de salão que se preze que não tenha um prato delas para oferecer aos grupos que por lá passam.
Massa:
250 g de farinha
5 ovos grandes
1 chávena (cup) de leite
1 chávena (cup) de água
1 colher de sobremesa de fermento
1 pitada de sal
manteiga para untar as formas e farinha para as polvilhar
Pré-aqueça o forno a 250 graus (o forno bem quente é o principal segredo para o sucesso desta receita).
Coloque os ovos numa tigela e, com a batedeira, bata-os até que cresçam bastante e que fiquem espumosos. Junte então a farinha, aos poucos de cada vez, misturando bem, com uma colher de pau.
Adicione o fermento e o sal e continue a bater. Junte o leite e a água e misture bem. Caso a mistura não esteja homogénea, bata com a batedeira.
Unte bem as formas de alumínio com a manteiga e polvilhe com farinha. Encha as formas com a massa (até 3/4). Coloque as forminhas num tabuleiro e leve-as a cozer até ficarem grandes e douradas (20 a 30 minutos). As filhós ficam altas e ocas por dentro, para serem recheadas. Retire do forno. Caso não tenham cabido todas na primeira fornada, volte a repetir o procedimento para as restantes formas (consegui cozer de uma só vez).
Deixe-as arrefecer e prepare o recheio.
Recheio:
1 chávena de leite
1 chávena de açúcar (usei amarelo)
1 ovo
1 colher de sopa de custard powder (ou maizena)
1 colher de sopa de manteiga
cascas de limão a gosto
Coloque num tacho o custard powder e desfaça-o com um bocadinho de leite. Misture bem, adicione o ovo, o açúcar, a casca de limão e misture. Junte o restante leite. Ligue o fogão e mexa sempre, em lume brando, até obter uma papa cremosa. Deixe arrefecer e retire as cascas de limão.
Com uma tesoura, dê um corte em cada filhós e, com a ajuda de uma colher de chá, ou de um saco de pasteleiro, introduza uma porção do recheio em cada uma.
Fonte: A receita da massa foi retirada do blogue Delícias e Companhia. Obrigada, Manuela. Depois de muitos desastres com filhoses, finalmente consegui, com a tua receita :) O recheio foi inspirado nalguns que fui vendo por aí, mas não segui uma receita específica.
250 g de farinha
5 ovos grandes
1 chávena (cup) de leite
1 chávena (cup) de água
1 colher de sobremesa de fermento
1 pitada de sal
manteiga para untar as formas e farinha para as polvilhar
Pré-aqueça o forno a 250 graus (o forno bem quente é o principal segredo para o sucesso desta receita).
Coloque os ovos numa tigela e, com a batedeira, bata-os até que cresçam bastante e que fiquem espumosos. Junte então a farinha, aos poucos de cada vez, misturando bem, com uma colher de pau.
Adicione o fermento e o sal e continue a bater. Junte o leite e a água e misture bem. Caso a mistura não esteja homogénea, bata com a batedeira.
Unte bem as formas de alumínio com a manteiga e polvilhe com farinha. Encha as formas com a massa (até 3/4). Coloque as forminhas num tabuleiro e leve-as a cozer até ficarem grandes e douradas (20 a 30 minutos). As filhós ficam altas e ocas por dentro, para serem recheadas. Retire do forno. Caso não tenham cabido todas na primeira fornada, volte a repetir o procedimento para as restantes formas (consegui cozer de uma só vez).
Deixe-as arrefecer e prepare o recheio.
Recheio:
1 chávena de leite
1 chávena de açúcar (usei amarelo)
1 ovo
1 colher de sopa de custard powder (ou maizena)
1 colher de sopa de manteiga
cascas de limão a gosto
Coloque num tacho o custard powder e desfaça-o com um bocadinho de leite. Misture bem, adicione o ovo, o açúcar, a casca de limão e misture. Junte o restante leite. Ligue o fogão e mexa sempre, em lume brando, até obter uma papa cremosa. Deixe arrefecer e retire as cascas de limão.
Com uma tesoura, dê um corte em cada filhós e, com a ajuda de uma colher de chá, ou de um saco de pasteleiro, introduza uma porção do recheio em cada uma.
Fonte: A receita da massa foi retirada do blogue Delícias e Companhia. Obrigada, Manuela. Depois de muitos desastres com filhoses, finalmente consegui, com a tua receita :) O recheio foi inspirado nalguns que fui vendo por aí, mas não segui uma receita específica.
Desejo a todos os que por aqui passam um bom Carnaval. Mais ou menos folião. Com mais ou menos descanso. Aproveitem-no bem.
Lindas, lindas, lindas! Estão cá com um aspeto!!
ResponderEliminarAdorei a tua descrição do Carnaval terceirense. Hoje de manhã, coloquei no meu Face um código que permite aos clientes do Meo ver bailinhos... e tentei fazer uma breve caraterização... muito, muito aquém do que acabei de ler!
Hoje vamos para as Cinco Ribeiras ver. Espero que o Afonso se porte bem, porque não há nada melhor do que assistir aos bailinhos ao vivo ;)
Beijinhos.
Maria
O Manel vai com os meus pais. Ele adora. E sabes que vejo um ou dois, mas não tenho paciência para ficar um serão inteiro. Fico com o Paulo em casa. Beijinhos e divirtam-se. Se aparecerem amanhã, pode ser que ainda haja uma filhós ;)
ResponderEliminarQue lindas que ficaram! Fico feliz pelo teu sucesso :) Nem todas as pessoas conseguem acertar com elas. Este ano ainda não fiz, ando-me a controlar...
ResponderEliminarBeijinhos e bom carnaval :)
Hoje estivemos em sintonia, Ilídia. Na minha cozinha também se fez esta receita, só com um nome diferente: fofas. E à moda do Pico, pois claro :P Beijinhos
ResponderEliminar...AGORA SÓ FALTA O CHÁ :).....FICAR LINDAS,JINHOS
ResponderEliminarNão conhecia estas "bombas"mas já as estou a imaginar recheadas de um belo creme!!!Ai que pecado!
ResponderEliminarBjoka
Rita
Ilídia, não conhecia esta vossa tradição. Mas estes filhoses bem rechonchudos piscam-nos o olho como se de uma brincadeira se tratasse. Comia já um (ou dois...) se passasse por aí.
ResponderEliminarBom Carnaval e bom descanso (que por aqui é de trabalho! com algumas guloseimas pelo meio).
Um beijinho.
Só tu para conseguires descrever da melhor forma o carnaval terceirense e que eu muito aprecio. Mas estes últimos anos não tenho usufruído o quanto gostaria. Deixa o Gonçalo crescer e vai ser uma folia, ele e a mãe a ver "bailinhos", já que o pai não aprecia muito.
ResponderEliminarQue lindas filhoses!
Bom carnaval e beijinhos.
MAs que aspecto!! Devem ser optimas, e gulosas. Vai ficar na lista de 'a fazer' ;) Beijinho *
ResponderEliminarUma descrição fabulosa (e para mim completamente nova) das tradições de Carnaval da sua Ilha. As filhoses no forno ficaram muito bonitas. Terei de experimentar... Só uma dúvida: na lista de ingredientes aparecem duas referências a farinha. Qual a correcta?...
ResponderEliminarbeijo e bom carnaval!
Babette
Parecem deliciosas!
ResponderEliminarBabette, obrigada pelo reparo. Por lapso, em vez de escrever leite, escrevi novamente farinha. Se experimentar, diga-me como correu. Às vezes, as filhoses são difíceis de acertar. O fator "sorte" também pesa. Tem que ter muito cuidado ao tirá-las do forno, para não apanharem frio. Boa sorte. E bom Carnaval.
ResponderEliminarUm beijo,
Ilídia
Ilidia, não conhecia estas filhoses, mas como gosto muito daquilo que é tradicional de cada zona, adorei esta sugestão. Talvez as faça um dia destes.
ResponderEliminarUm beijinho e bom Carnaval
Ilídia, as tuas filhoses ficaram lindas, tiveste sorte ;). A minha mãe fez no sábado e claro já comi umas quantas, adoro.
ResponderEliminarHoje fiz coscorões que também gosto imenso e que acabei de colocar no blog. Mas a minha descrição do carnaval é muito ao de leve, tu sim descreveste-o da melhor forma. O nosso carnaval é que é o melhor!
Beijinhos e bom carnaval.
Que bom aspeto têm estas filhoses de forno. Ando a tentar arranjar coragem para experimentar as fofas, muito semelhantes às suas. Algumas vezes assisto aos bailinhos da Terceira através da televisão. É um Carnaval completamente diferente e sim, é típico vosso!
ResponderEliminarFilhoses no Forno?!!
ResponderEliminarQue bom aspecto, obrigada pela por nos levares ao Carnaval dos Açores
Passei novamente para te dizer que publiquei os teus scones de alfarroba, que adoro e tenho feito muitas vezes :) Um abraço.
ResponderEliminarQue coisas mais lindas! Acho que sou capaz de comer estes filhoses, já que são no forno :)
ResponderEliminarE ainda por cima são recheados, que tentação!
Queria registar a primeira vez que gostei do significado do Carnaval. Aí é sinónimo de generosidade. E até tem uma receita e tudo. Eu não consigo gostar. Desde criança, assim. Detestava que me pintassem ou que me disfarçassem de coisas que eu não queria ser. Eu gosto de viver as épocas todas do ano. Com a verdade interior que elas pedirem, que não acredito em carregar num botão e estar feliz e terna por ser Natal. Ou eufórica por ser Ano Novo. Mas o Carnaval passa ao lado de uma maneira reiterada e consistente. Este ano será assim em tudo o resto. Mas menos, por ter ficado a saber coisas da tua ilha em tempo de Carnaval.
ResponderEliminarObrigada por mais isso.
Mar
Super fofas e apetitosas essas felhoses. Deram-me vontade de ir para a cozinha! Beijinho
ResponderEliminarQue ricas filhós!Gostei também muito do vídeo. Apreciei-o do princípio ao fim já com uma certa nostalgia por hoje ser o último dia de carnaval. Andei a abusar de tudo estes dias, desde as fantasias, os jantares, os bailinhos... Foi um carnaval muito agitado - daí o meu blog ter estado em banho-maria. Até nas filhós me excedi.Só hoje é que fiz as minhas, que aproveitei para dividir com a família. Ainda bem que amanhã entra a Quaresma!lol
ResponderEliminarBeijinhos
Desde já venho felicitá-la pelo mágnifico trabalho neste blog. As saudosas filhoses de forno já são minhas conhecidas há + de 20 anos,são sempre bem vindas em épocas festivas.Beijinhos
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