Vestiu uma roupa bonita, perfumou-se. Era domingo, dia de ele a visitar. Pouco depois do almoço, ele apareceu. Calças claras, à boca de sino, e camisa estampada. Cabelo grande, patilhas bem aparadas. Tão bonito, pensou ela. Quando entrou, deu-lhe um beijo tímido na face, sob a supervisão da mãe. Deixou-os sós. No quarto ao lado, de vez em quando pigarreava, como que a dizer: "Não se esqueçam de que estou aqui". Ele estendeu-lhe então o embrulhinho, dizendo apenas: "Espero que gostes". Delicadamente, ela desembrulhou-o e mal queria acreditar que era a camisa que andava a namorar havia tempo. Naquele momento, estavam longe de imaginar que teriam uma filha que, quase quarenta anos depois, ainda usaria a camisa de cambraia que o pai acabara de oferecer à mãe.
O verdadeiro Amor Platónico revisited.
ResponderEliminarQue gesto tão bonito e genuíno! Outros tempos...
Uma herança de família com muito sentimento!
Um beijinho
Patrícia
Ainda ontem a exibias com muito orgulho e bem merecido. Mesmo ao fim de 40 anos apresenta ser de qualidade e se não me dissesses eu não diria que tinha essa idade. Está impecável, a tua mãe deve tê-la tratado muito bem para estar assim!
ResponderEliminarUma herança que guardas e usas com muito orgulho. Agora tens de pensar na menina para dar continuidade...heheh.
Beijinhos e boas festas.
Ó Susana,a camisa pode ser uma herança para o Manuel, que assim poderá também, no futuro, presentear a sua amada.lol.
ResponderEliminarPatrícia
Bem visto, Patrícia! :) Beijos para as duas.
ResponderEliminarQue bonita! Adorei a história. Também já tenho umas "heranças" dessas da minha mãe, que estimo muito. Beijinhos
ResponderEliminarOlá, Ilídia, a história é linda e a camisa também!São objectos de valor incalculável estes que marcam a nossa vida e pareces ter a sensibilidade para os preservar e usar com orgulho. Parabéns, tens bom gosto!
ResponderEliminarBeijinhos
Que lindo texto Ilidia, e que bela herança, uma grande prova de amor :) Bjo e bom fim de semana, Diana
ResponderEliminarObrigada a todas pelos comentários. Fico feliz que tenham gostado da minha camisa e da história a ela subjacente. A minha mãe sempre me contou que fora o meu pai que lha oferecera, pouco depois de estarem noivos. No entanto, alguns dos pormenores da "história" que contei têm muito de ficcional.
ResponderEliminarPara além desta camisa, ainda uso uma ou outra peça que pertencia à minha mãe e uns óculos Ray Ban que o meu pai usava nos anos 80. O segredo é misturar estas peças com outras mais atuais, para não ficar com um ar antiquado. Um beijinho