A minha mãe é como eu. Não liga muito a dias de. Consideramos que Dia da Mãe são todos e que, por isso, não há necessidade de assinalar este de maneira especial. Contudo, não consigo deixar passar a data em branco. É como se, caso o fizesse, fosse má filha, má esposa... Como me recuso terminantemente a ir comprar a prendinha da praxe, acabo por comemorar estes dias presenteando o(a) homenageado(a) com aquilo que mais gosta de comer. No Dia do Pai, convidei o meu pai para comer o meu Bacalhau à Lagareiro. No Dia dos Namorados, fiz Filet Mignon à Regional (o prato preferido do meu marido). Hoje, fiz este pudim que a Rosa publicou há algum tempo no Receitas ao Desafio e que a minha mãe, na altura, cobiçou.
Ingredientes:
1 lata de ananás em calda (das maiores) - usei em calda ligeira
calda do ananás + água q.b. (de modo a perfazer uma chávena)
4 chávenas de água
2 carteiras de pudim Boca Doce de ananás
1 colher de sopa de farinha Maizena
3 colheres de sopa de manteiga
1 chávena de açúcar
1 gema de ovo
1 pacote de folhados (tipo mil folhas) - usei a marca Continente (estão na zona das bolachas)
Preparação:
Cortei o ananás aos bocadinhos (se quiserem, podem reservar 2 rodelas para decorar o pudim, mas não o fiz).
Levei o ananás ao lume com o açúcar e com 1 chávena da calda do ananás (o meu tinha sumo suficiente, daí não ter sido necessário acrescentar água). Fui mexendo, em lume brando, até levantar fervura.
À parte, juntei a Maizena, o Boca Doce e a gema e uma chávena de água, mexendo bem, até estar tudo bem ligado. Juntei a mistura ao ananás e acrescentei as restantes chávenas de água (três). Levei ao lume até engrossar. A receita original recomenda que se retire a mistura do lume e se junte a manteiga, mas não obedeci a esta indicação.
Numa taça, deitei o preparado em camadas, alternando com as bolachas folhadas, esmagadas.
Decorei com hortelã, mas podem utilizar ananás ou outro elemento a gosto.
Levei ao frigorífico até à hora de servir.
Assim, desejo a todas as mães que me leem, em especial à minha, uma vida muito feliz (não um dia, que é pouco).
Beijinhos
E, por mais que seja cliché publicar este poema neste dia, ele é tão belo (como quase todos os do autor, dos meus preferidos) que não resisto.
POEMA À MÃE
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!
eu sei que traí, mãe!
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...
e todo o meu corpo cresceu...
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro
Que atenção deliciosa tiveste com a tua mãe! Quanto ao poema,não há palavras que consigam descrever a profundidade da sua mensagem...
ResponderEliminarUm feliz dia também para a mamã Ilídia!
Patrícia
Que dia maravilhoso e doce deves ter passado com a tua mãe!
ResponderEliminarParabéns e continuação de boa noite de dia da mãe.
bejinhos
Tambem sou como tu entendo que todos os dias sao especiais, mas tambem não consigo deixar passar o dia sem dar um pouco da minha atenção. Hoje fiz o almoço todo e fomos almoçar com a minha mãe e a minha sogra consegui juntar todos!E foi muito gratificante.
ResponderEliminarO teu miminho foi muito bom e acredito que a tua mãe ficou bem contente...
O poema tambem é muito bonito e cheio de sentimento.
Beijinhos e feliz dia da mãe.
Adoro este poema, um dos meus favoritos, sem duvida.......o pudim, vou querer fazer, parece muito bom :) jinhos
ResponderEliminarQue maravilha que ficou esse pudim, gostei mesmo muito. Aqui nos USA o dia das mães e' so no próximo domingo, mas já telefonei a minha mãe a desejar um dia muito feliz. O poema e' lindo de mais : )
ResponderEliminarBeijinhos