Depois de uma sexta-feira de trabalho intenso, as uvas têm um poder apaziguador. E não me refiro às uvas transformadas, apesar de dois copos de vinho branco a acompanhar umas peças de sushi ao jantar terem sabido muito bem.
Melhor ainda soube a tarefa morosa, trabalhosa e prazerosa de preparar os cachos de uva da latada do meu pai para o doce. Sentada na ilha da cozinha, bago por bago, fui tirando as grainhas, com paciência, e fui deixando os pensamentos fluir. Longe de tudo o que me ocupou a cabeça durante o dia. É importante (fundamental) este exercício. Desligar. E saber quando ligar de novo. Vou ter de ligar durante o fim de semana. Não no serão de sexta-feira. No serão de sexta-feira quis fazer doce de uva com nozes, mexido com colher de pau. E quis ouvir música. A minha música, de um senhor de quem gosto muito, muito, muito e vem a S. Miguel na próxima semana. Um senhor que me vai fazer voar até àquela ilha de propósito para o ver. Enquanto não chega o dia 17, vou recordando as minhas preferidas, que me acompanham há mais de uma década.
Ingredientes:
1 kg de bagos de uva branca, sem grainhas
500 g de açúcar branco
1/2 chávena de nozes
O processo é simples, igual ao de qualquer doce: Coloca-se o açúcar e as uvas ao lume (brando) e vai-se mexendo de vez em quando, com uma colher de pau. Quando o doce estiver suficientemente espesso, de modo a que, ao passar a colher pelo meio do tacho, esta deixe rasto, uma espécie de estrada, está pronto. Neste momento, pode-se adicionar nozes ou outro fruto seco, a gosto.
Fervem-se os frascos e colocam-se a escorrer sobre um pano seco. Enchem-se com o doce, tapam-se e viram-se ao contrário, para criar vácuo.
Doce de uva branca com nozes
Ingredientes:
1 kg de bagos de uva branca, sem grainhas
500 g de açúcar branco
1/2 chávena de nozes
O processo é simples, igual ao de qualquer doce: Coloca-se o açúcar e as uvas ao lume (brando) e vai-se mexendo de vez em quando, com uma colher de pau. Quando o doce estiver suficientemente espesso, de modo a que, ao passar a colher pelo meio do tacho, esta deixe rasto, uma espécie de estrada, está pronto. Neste momento, pode-se adicionar nozes ou outro fruto seco, a gosto.
Fervem-se os frascos e colocam-se a escorrer sobre um pano seco. Enchem-se com o doce, tapam-se e viram-se ao contrário, para criar vácuo.
Estas imagens são do pequeno-almoço de hoje. Acordei a pensar no doce. Muito bom, sobre uma torrada, acompanhado com café quentinho :)
Deixo-vos com Wim Mertens. No dia 17 de setembro, estará em S. Miguel, no Teatro Micaelense. Sem esta orquestra a acompanhá-lo, infelizmente.
Se quiserem ir, ainda há bilhetes :)
Ainda bem que aparece esta receita hoje por cá! Já há dias que tenho uvas no frigorífico à espera do mesmo destino antes que se estraguem, mas a preguiça tem tomado conta de mim!!!! Pode ser que me tenhas inspirado!!!!
ResponderEliminarHá uma forma mais rápida de separar as grainhas da uva e assim aceleras o processo um pouco mais.... um dia ensino-te o truque que a minha avó me transmitiu!!!!
Beijocas da Canada das Almas para o Cabo da Praia
Rosa, M e C
Pois eu andei imparável no passado fim de semana. Fiz várias compotas, massa de malagueta, conserva de figos (a receita da tua avó ;)... Durante a semana, não há tempo. Os dias têm sido, como podes calcular, muito cheios.
EliminarTens de me ensinar o truque das grainhas, para um dia de mais pressa e menos paciência :)
Beijos para os três,
Ilídia
Cozinhar e ouvir boa a música é realmente muito relaxante! Ficou com excelente aspecto este doce de uva.
ResponderEliminarBom fim de semana
Não há nada melhor, Pimentinha ;)
EliminarUm beijinho para si. E continuação de boa semana.
Ilídia
Essa tarefa tem qualquer coisa de sagrado. Mas valeu a pena, pela aparência do resultado. E sim, as coisas que fazemos com as nossas mãos libertam-nos o espírito e dão-nos a sensação de que alguma dimensão das nossas vidas tem um começo e um fim. Como isso de começar a fazer um doce e olhar para os frascos, um bocadinho depois.
ResponderEliminarQue seja um bom concerto. Esse som é-me difícil. Lembra-me uma altura complicada. Mas gosto que te faça feliz. A ver se me reconcilio interiormente, um destes dias.
Um beijo.
Mar
PS: O doce parece uma daquelas coisas deliciosas:)
Valeu muito a pena. Ficou tão saboroso. Dois frasquinhos, preciosos. Fiquei com um e dei o outro aos meus pais, que me ofereceram as uvas :) Concordo contigo em relação a isso das coisas que fazemos com as mãos. E sabes, as conservas fazem-me especialmente bem. Olhar para os frascos alinhados, à espera do inverno, dá-me uma grande sensação de conforto. Como se estivesse pronta para receber a estação que está prestes a começar :)
EliminarGosto tanto de Wim Mertens. E pus alguns amigos a gostar. Vou reunir alguns no dia 17. Vai ser muito bom rever amigos ao som de Wim Mertens. Espero que faças as pazes com a sua música :)
Um beijo,
Ilídia
Esse doce parece uma delícia! Uvas e nozes... e momentos que te fizeram bem. Música a acompanhar e tudo parece fazer sentido!
ResponderEliminarBeijo
Babette
Momentos que me fizeram muito bem e que resultaram nem dois frascos de doce delicioso :) Terapias que nem todos entendem. Só gente estranha como nós ;)
EliminarUm beijo,
Ilídia
Querida Ilidia,
ResponderEliminarTão boa essa capacidade de desligar e colocar as mãos em ação. E com essa música, melhor ainda. Partilhamos (também) essa devoção. Já o ouvi por cá, com muita intensidade.
Um abraço e bom concerto.
Guida
Olá, Guida. Já tinha saudades. E tenho, de te ler na tua "panela" ;)
EliminarNão sabia que gostavas de Wim Mertens :) Que pena não morares mais perto :) Também estarias comigo no Teatro Micaelense ;)
Um beijo,
Ilídia