Cai de forma diferente, a chuva de verão. É mais doce, mais mansa. Mata a sede aos campos, ressequidos. Uma dádiva. E ficam bonitas, as flores da estação, salpicadas por gotas transparentes. Há uma doçura especial nestas tardes chuvosas, que me faz abrir portas e ficar a ouvir a chuva a cair. Os gatos recolhem-se e adormecem, nos sofás. Não há praia ao fim da tarde, nestes dias. Há livros e jogos e cozinha. Muita cozinha. E, já a pensar nas estações frias, o meu lado formiguinha emerge. Conservam-se as coisas de verão, já de olho no inverno. Coisas coloridas como beterrabas, que alegrarão os jantares dos dias cinzentos. Este ano, ainda com mais cor. Para além das tradicionais, avermelhadas, as amarelas, menos comuns. Estas últimas, com menos personalidade, deixam-se tingir pelas outras. O resultado é harmonioso. E vai saber bem, no inverno, abrir um destes frascos e encher a mesa de verão.
Mais uma tarde chuvosa na cozinha. A música que me apetece sempre nestes dias, avental e lenço no cabelo. Uma tarde de desespero para muitos, certamente. Não para mim. Eu gosto de tardes de chuva no verão.
A última foto não foi tirada hoje. Tirei-a no dia 2 de agosto, nas férias no Norte, num sábado também chuvoso.
A última foto não foi tirada hoje. Tirei-a no dia 2 de agosto, nas férias no Norte, num sábado também chuvoso.
Conserva de beterraba e especiarias
(Receita adaptada daqui)
(Receita adaptada daqui)
Ingredientes:
1 kg de beterrabas (usei roxas e amarelas)
2 cebolas roxas, cortadas em rodelas
1 1/4 chávena de vinagre de cidra
1 chávena de água
1/2 colher (de chá) de sal
1 chávena de açúcar (usei amarelo)
1/2 colher (de sopa) de sementes de mostarda
1/2 colher (de chá) de pimenta da Jamaica em grão
1/2 colher (de chá) de cravinhos inteiros
1 pau de canela
Preparação:
Lave as beterrabas e coza-as, até que, ao picá-las com um garfo, estas não ofereçam resistência. Descasque-as e corte-as em rodelas de 1/2 cm, aproximadamente.
Coloque os restantes ingredientes num tacho largo e leve ao lume. Quando ferver, reduza o lume e deixe cozinhar 5 minutos. Junte as beterrabas e coza-as até estarem moles.
Se quiser, retire o pau de canela (eu deixei ficar). Coloque a conserva em frascos esterilizados e vire-os ao contrário, para criar vácuo. Guarde no frigorífico.
Eu não gosto da chuva no Verão! Faz-me pensar que algo está errado. A chuva faz com que nos refugiemos em casa quando deveríamos andar a aproveitar a linda luz do sol de Agosto. Gosto de dias amenos, frescos, mas chuva não.
ResponderEliminarE essa conserva de beterraba tem uma cor linda. Também costumo fazer algumas conservas, de beterraba nunca fiz, mas hei-de experimentar. ;)
Beijinho.
Se forem muitos dias de chuva, também penso isso. Porém, se for um dia de chuva a pontuar vários dias de calor, gosto muito. Se calhar é devido à minha faceta de agricultora, sempre preocupada com a horta ;)
EliminarGostei muito desta conserva. Ainda só a experimentei como guarnição de saladas, mas acho que deve ficar bem a acompanhar carnes e queijos fortes.
Um beijinho e um bom fim de semana.
Ilídia
Chuva de Verão é bem assim como a descreves. E fazer comida nesse contexto é tão lindo de viver. Uma espécie de poema. Gostei muito desta conserva. Terei de omitir os cravinhos, porque já te expliquei que o Vasco odeia o sabor e o aroma. Tudo o mais, será reproduzido tal e qual:)
ResponderEliminarUm beijo.
Mar
A parte menos linda e menos poética deste dia de chuva foi ter deixado o vidro do carro aberto :( Por ser verão,não me preocupei com isso e no outro dia tinha o banco molhado e um reservatório de água na porta do carro que dava para criar um peixe :)
EliminarExperimenta a conserva, mesmo sem cravinho. É saborosa e bonita :)
Um beijo,
Ilídia
por cá os dias têm estado acinzentados e frescos mas a chuva ainda não deu ares de sua graça. Tenho saudades dos verões quentes em que por vezes chovia e ficava aquele cheirinho a terra quente molhada :)
ResponderEliminarPois, realmente o cheiro destes dias é diferente. E já reparaste como, depois, parece que há fumo a sair da terra? Gosto tanto de ir lá para fora a seguir e fotografar as coisas molhadas.
EliminarUm beijo,
Ilídia
Gosto sempre tanto de te ler.
ResponderEliminarQuase me sinto em sintonia contigo, com as tuas palavras, que me deixam sempre sorrir.
Por cá, não tem chovido, mas os dias andam frescos, perfeitos para caminhar, quando há tempo.
Adoro beterraba (e quero ver as tuas amarelinhas!) e essa conserva linda.
É quase um poema, vir ler-te e sentir o que escreves sobre os dias e as estações.
Um beijinho.
Obrigada, Inês :) Fico feliz por te fazer sorrir :)
EliminarA beterraba amarela aparece nas fotos, só que tingida pela roxa. Se reparares, nas duas últimas fotografias, há uma rodela mais clara, apesar de ter um tom avermelhado. Inicialmente era amarela :)
Um beijinho,
Ilídia
Nós nas nossas cozinhas resolvemos bem isso de uma tarde de chuva no Verão ;) Ficou linda esta conserva. Faria como a Mar e só omitiria o cravinho...
ResponderEliminarBeijo
Babette
Pois, Babette, para quem gosta de cozinhar, até é um pretexto para uma tarde saborosa. Nem toda a gente nos compreende, claro ;)
EliminarÉ curioso como os gostos são diferentes. Cravinho é das minhas especiarias de eleição :)
Um beijo,
Ilídia