Há receitas que evocam restaurantes
elegantes. Restaurantes com decorações requintadas, luz intimista, empregados
diligentes e mortos de tédio que nos vigiam enquanto comemos. Que, com gestos delicados, nos servem vinho e pão. Que tentam antecipar os nossos desejos e
necessidades. Treinados para nos atenderem mesmo antes de nos manifestarmos.
Ementas com menus brilhantemente elaborados, com carnes em camas de legumes,
peixes em espumas disto e daquilo, sobremesas cujos nomes incluem trilogias e
coisas brulées. Tudo em doses
mínimas. Restaurante elegante tem doses mini, que doses bem servidas são coisa de pobre, diria o Dâmaso. Pratos
montados como se de obras de arte se tratassem. Com os alimentos em torre, e
desenhos feitos com os molhos.
Não é o caso desta receita. Esta lembra restaurantes
com guardanapos e toalhas de papel, jarrinhas com flores de plástico e ementas manuscritas,
cheias de erros.
(Hoje á
Bacalhau á lagareiro.
Codernizes em molho á casa.
Costoletas grelhadas
Filhetes de abrótea (no caso de o restaurante/ casa de pasto se
situar na Terceira)
Xixarros fritos
Sobremesas:
Tiramissu
Musse de chocolate )
Esta lembra empregados de bigode que,
de calças pretas, camisas brancas e testas transpiradas, correm de um lado para
o outro, tentando atender a todos os pedidos. E que, pelo meio, ainda contam
uma anedota brejeira (muito provável, se o restaurante se situar no Porto ou arredores).
Esta evoca horas de almoço com salas apinhadas. Contas feitas à pressa na
toalha. Vinho da casa (ou Casal Garcia), servido num copo baixo e baço. Ou então jantares com grupos de estudantes sem
dinheiro para os restaurantes requintados. Estudantes que, anos mais tarde, mesmo
depois de terem jantado em muitos restaurantes elegantes, terão saudades
desses jantares baratos e felizes.
Lombinhos de porco com legumes
(para 4 pessoas)
2 lombinhos de porco (800 g)
1,5 dl de vinho tinto
2 folhas de louro
5 cravinhos
pimenta preta em grão q.b.
sal q.b.
1 colher de sopa de azeite
2 tomates, cortados em pedaços (usei congelados)
3 cenouras
6 chalotas
12 batatinhas novas
cogumelos shiitake q.b.
Fiz uma marinada com o vinho, os cravinhos, o louro, os grãos de pimenta e sal. Juntei os lombinhos e deixei marinar algumas horas (poderão ficar de um dia para o outro).
Pus o azeite ao lume, juntei os lombinhos e deixei dourar. Adicionei a marinada, tapei e deixei cozinhar cerca de 45 minutos, em lume brando.
Juntei os tomates, as cenouras, as batatinhas, as chalotas e um pouco de água. Tapei e deixei cozer, sempre em lume brando. Entretanto, hidratei os cogumelos, primeiro 15 minutos em água quente e, depois, mais 15, em água a ferver, e juntei-os ao cozinhado. Deixei apurar e servi.
Acompanhei com vinho tinto. Este é daqueles pratos que me fariam sair de casa de propósito para comprar vinho, caso não houvesse :)
Lombinhos de porco com legumes
(para 4 pessoas)
2 lombinhos de porco (800 g)
1,5 dl de vinho tinto
2 folhas de louro
5 cravinhos
pimenta preta em grão q.b.
sal q.b.
1 colher de sopa de azeite
2 tomates, cortados em pedaços (usei congelados)
3 cenouras
6 chalotas
12 batatinhas novas
cogumelos shiitake q.b.
Fiz uma marinada com o vinho, os cravinhos, o louro, os grãos de pimenta e sal. Juntei os lombinhos e deixei marinar algumas horas (poderão ficar de um dia para o outro).
Pus o azeite ao lume, juntei os lombinhos e deixei dourar. Adicionei a marinada, tapei e deixei cozinhar cerca de 45 minutos, em lume brando.
Juntei os tomates, as cenouras, as batatinhas, as chalotas e um pouco de água. Tapei e deixei cozer, sempre em lume brando. Entretanto, hidratei os cogumelos, primeiro 15 minutos em água quente e, depois, mais 15, em água a ferver, e juntei-os ao cozinhado. Deixei apurar e servi.
Acompanhei com vinho tinto. Este é daqueles pratos que me fariam sair de casa de propósito para comprar vinho, caso não houvesse :)
Olá, Ilídia!Que susto!Por momentos fiquei confusa ao ver o erro no título da publicação e ainda mais vindo do teu blogue...ao ler o conteúdo compreendi. Mas para falar a verdade entre um restaurante com os fricotes todos e outro mais descontraído, prefiro a segunda hipótese, acho que estamos muito mais à vontade e a comida não é um mero engano. O teu lombo de porco está com cara apetitosa de comida caseira e confortante. Também fiz um parecido hoje para eles e acho que estava bom, pelo menos comeram tudo!
ResponderEliminarBeijinhos
E eu aqui aflita com o 'á', Ilídia :)
ResponderEliminarA carne tem um óptimo aspecto, como tudo por aqui. Hoje fiz algo que nunca tinha experimentado e que vou postar a seguir: Beef Wellington.
Boa semana
Realmente, se não se ler o post do princípio ao fim não percebemos o título! Interessante e a receita, saborosa! Boa Semana =*
ResponderEliminarO título do post faz pensar que se enganou a escrever mas a ideia é original e está muito bem conseguida. Na minha opinião os restaurantes que têm estas ementas são muito mais atrativos e confortáveis, com comida reconfortante, como estes lombinhos que apresenta. Ideais para o dia frio e chuvoso como o de hoje.
ResponderEliminarBoa semana
Eu li o teu título e li de repente todos os anúncios destes lugares que evocas. Taxativos. Sem rodeios. Escritos à pressa num quadro ou num pedaço de papel rasgado não se sabe de onde. Fazem parte da nossa herança. Do nosso imaginário. Tudo é preciso. Tudo tem o seu lugar. A elegância e o requinte acrescentam muito. E as toalhas e guardanapos de papel também. Creio que o interessante será o compromisso entre as duas coisas. Sem nos distanciarmos da ideia de que tanto numa circunstância como na outra, a comida é que prevalece. E sabes, acho que sim. Os teus lombinhos anunciados com erros ortográficos intencionais prevalecem:)
ResponderEliminarUm beijo de boa semana. Espero que tenhas descansado.
Mar
Hummmm que bela sugestão... ficou mesmo com bom aspecto!
ResponderEliminarBeijinhos MissB
http://arcoirisnacozinha.blogspot.com/
O restaurante tipico, rústico e simples é sempre o que tem a melhor cozinheira, que cozinha como se o fizesse para a sua família. Os mais finos, são desprovidos de contacto humano, de sorrisos sinceros e de uma cozinha que apesar de requintada tem falta de personalidade, de conforto e no sabor há falta de "carinho". Quem cozinha com alma e amor sabe que será recompensado por mais visitas e é nesses pequenos mas "reais" restaurantes, casas de pasto, botecos ou como lhe quisermos chamar, que gosto de comer e saio de lá mais que satisfeita.
ResponderEliminarO teu menu ,mesmo com erros, fazia frente a muita gente que por aí anda...
E os lombinhos "cheiram" a comidinha da mãe!!
Bjokas
Rita
Se perguntar a qualquer amigo qual o restaurante que mais gosta, de certeza me responde um desses restaurantes com travessas a transbordar de belos repastos e muito conforto. São estes sítios que nos convidam a voltar muitas vezes, que nos deixam memórias de momentos bem passados, com pratos ricos em sabores, servidos por empregados eficientes e bem dispostos, em ambientes acolhedores e francos. Gostei do teu texto:)
EliminarEsses lombinhos parecem envoltos numa "áurea" de puro conforto, um prato desses parece que nos abraça!:)
Beijinhos e boa semana:)
Se tivesse ficado só pela leitura do título teria ficado com outra ideia:)Era caso para pegar no telefone! Mas depois de ler o restante texto percebi ;)
ResponderEliminarGostei e concordo plenamente com o que dizes. Tanto sabe bem comer num restaurante chique como entrar numa tasca e saborear o que há de mais tradicional.
O teu lombinho ficou com muito bom aspeto, mesmo muito apetitoso.
Beijinhos
Adorei a tua ideia e original ementa! Por momentos assustei-me, logo tu, com este título :)
ResponderEliminarÉ sem dúvida uma riqueza nossa, este restaurantes tão típicos, sem elegâncias e pretensões, mas com uma comidinha super saborosa.
Como estes lombinhos que cheiram a comida caseirinha e boa :)
Um beijinho.
Já almoçava.
ResponderEliminarBoa semana.
Deve ser uma delícia este prato.
ResponderEliminarAs imagens falam por si...perfeito!
Beijinhos
Ainda dei umas "gaitadas" a ler o teu texto :)
ResponderEliminarSó mesmo tu para te lembrares de escrever sobre isto! Não te escapou nenhum pormenor! Comsegui ir até aos espaços que tão bem caracterizaste...
Os lombinhos estão muito apetitosos! Saudáveis e suculentos!
Bj.
Maria
Estes pratos e estas "tascas" são os meus preferidos. Quando estive nos Açores, almocei numa tasquinha que me serviu um peixe fresquissimo, que não comia noutro lado.
ResponderEliminarUm beijinho
Suspeitei logo do título. Trazia água no bico! Com este post fizeste-me recordar as Casas de Pasto O Zé da Atalhada e O Avião, tão frequentados nos nossos tempos académicos (e para o Zé da Atalhada tínhamos que ir à boleia. Ficava depois da praia. Aventuras!)Que bem se pastava nestes restaurantes "de flores de plástico"!
ResponderEliminarPatrícia
Na realidade, tanto gosto de restaurantes requintados como de uma tasquinha típica. Desde que sejam bons. Já comi bem nos primeiros e nos segundos. E em ambos, já comi comida insípida e sem graça. Por isso, acho que não podemos generalizar e dizer que só se come bem nas tasquinhas mais humildes. Há contextos, situações, apetites para ambos. Se passei a ideia de uma certa preferência pelos primeiros foi porque, ao escrever este texto, me lembrei de restaurantes/ casas de pasto que frequentava quando era estudante universitária, em S. Miguel (entre as quais, as que a Patrícia refere no seu comentário) e tive saudades :) E de uma coisa podem ter a certeza: fico muito mais irritada quando sou mal servida num restaurante elegante do que numa tasquinha típica. A diferença de preço faz com que assim seja. Quando se paga bem, espera-se qualidade.
ResponderEliminarBeijos para todas